|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ministra receberá indenização por tortura
ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO
A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, receberá do
governo do Rio uma indenização de R$ 20 mil por ter sido
presa e torturada nas dependências do quartel da Polícia
Especial do Exército, na Tijuca,
durante o regime militar.
A indenização por pouco não
foi negada pela Comissão de
Reparação por falta de provas.
O depoimento de Vânia Abrantes, do grupo Tortura Nunca
Mais e integrante da comissão,
foi essencial ao deferimento.
Abrantes foi transferida junto com Rousseff de São Paulo
para o quartel no Rio e testemunhou em favor da ministra.
O reconhecimento, concedido
no dia 14 de dezembro, foi confirmado por 4 votos a 3.
"Muitos dos que entram com
processo na comissão querem
só reconhecimento da prisão e
tortura. Não necessariamente
o dinheiro", explicou o subsecretário de Direitos Humanos,
Lourival Casula. A comissão só
avisa sobre o resultado dos processos aos solicitantes que tiveram reconhecimento negado.
A ministra foi presa em 1969,
em Mongaguá, litoral paulista.
Assumiu ter participado do planejamento do assalto à casa de
uma amante do ex-governador
de São Paulo, Adhemar Barros.
Criada pela lei 3.744 em dezembro de 2001, a comissão
iniciou os trabalhos em 2004 e
foi fechada no final do ano passado. Casula afirmou que pretende reativá-la por, ao menos,
seis meses, já que restam ainda
173 processos a serem julgados.
Dos 1.115 processos já apreciados, 755 foram confirmados.
O reconhecimento não é garantia de recebimento da indenização. A comissão é formada
por quatro representantes do
governo, dois representantes
da Ordem dos Advogados do
Brasil, um do Conselho Regional de Medicina e um da Associação Brasileira de Imprensa.
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Bento 16 vai rezar em português no Brasil Índice
|