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ÍNTEGRA
Presidente diz que desejava aliança no primeiro turno
Leia abaixo a íntegra da carta
enviada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso ao
senador licenciado Jorge Bornhausen, presidente do PFL,
após receber nota informando
a decisão do partido de entregar os cargos que ocupava no
governo federal .
Brasília, 07 de março de 2002
Excelentíssimo senhor senador
Jorge Bornhausen
Acuso recebimento da nota emitida esta tarde pelo PFL na qual Vossa
Excelência me informa da decisão
do partido de renunciar às posições
que ocupa no governo e de colocar-se politicamente de forma independente no Congresso Nacional.
O relato feito por Vossa Excelência
das condições que levaram o PFL a
apoiar minha primeira candidatura
à Presidência em 1994 e meu governo, até hoje, é a expressão da verdade.
Sempre trabalhamos orientados
por um programa que nos pareceu
-e a mim continua parecendo- o
melhor para o Brasil nas presentes
circunstâncias.
Por isso mesmo, até em minhas
declarações públicas desta semana,
continuei sustentando que nossos
partidos têm pré-candidatos que
bem poderiam, no 1º turno ou, na
pior das hipóteses no 2º turno, convergir. Assim garantiríamos mais facilmente a continuidade das modificações que estamos introduzindo no
país.
Lamento, portanto, que a despeito
de sete anos de frutífero convívio político, tenha o PFL decidido interrompê-lo.
Lembro a Vossa Excelência que, se
é certo que o partido sempre sustentou lealmente as posições do governo, também eu jamais deixei de agir
de forma correta para atender ao
PFL no que me pareceu justo.
Esperava diante de tantas demonstrações de confiança recíproca
que o PFL tivesse sido capaz de encontrar melhor solução para nossos
partidos, para o governo e para o
Brasil. Disso deriva meu desapontamento.
Por fim, quero reiterar o que já lhe
disse e a todos os correligionários do
PFL com os quais pude conversar
nos últimos dias: o episódio, desafortunado, que terminou por envolver a governadora Roseana Sarney,
decorreu exclusivamente da decisão
da Justiça, motivada por ações do
Ministério Público. A participação
da Polícia Federal deu-se no âmbito
de suas atribuições constitucionais,
como polícia judiciária que é.
Registro mais uma vez este fato
porque não admitiria o uso político-eleitoral de órgãos públicos porque
revolta-me também o vazamento de
informações imprecisas, do qual todos temos sido vítimas. O governo
não admite esse tipo de procedimento e todas as providências já foram
tomadas para apurar eventuais responsabilidades.
Por outro lado, estou certo de que
jamais passaria por sua consciência
ou pela de seus correligionários que
o governo pudesse prejudicar diligências policiais, informando-as de
antemão a eventuais destinatários
delas. Acresce que, no caso e por
norma, o presidente da República
não é informado desse tipo de procedimento.
Para finalizar, insisto em que me
parece um equívoco dar conotação
política a uma investigação policial e
judiciária que, espero, fará justiça à
governadora Roseana.
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