São Paulo, sexta-feira, 08 de março de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FIM DE CASAMENTO

Membro do partido desde setembro, Agílio Monteiro Filho está inscrito por Belo Horizonte e cogita se candidatar a deputado federal

Diretor da PF é filiado ao PSDB desde 2001

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O diretor-geral da Polícia Federal, delegado Agílio Monteiro Filho, é filiado ao PSDB desde 25 de setembro de 2001. A PF foi o órgão executor da operação de busca e apreensão, determinada pela Justiça, numa empresa da governadora Roseana Sarney, pré-candidata do PFL à Presidência.
Certidão emitida ontem pela Justiça Eleitoral confirma oficialmente que Agílio é inscrito na 32ª Zona Eleitoral de Belo Horizonte, sob o nº 55441000299, seção 025ª, e está quite como eleitor. No final, acrescenta uma observação: "É filiado ao PSDB desde 25/9/2001".
Conforme a Folha apurou, Agílio cogita se candidatar a uma vaga de deputado federal pelo PSDB-MG nas eleições. E foi indicado para a direção geral da PF pelo ministro Pimenta da Veiga (Comunicações), virtual coordenador da campanha do candidato tucano à Presidência, José Serra.
Além disso, a PF é subordinada ao ministro da Justiça, Aloysio Nunes Ferreira, que também é do PSDB e muito próximo a Serra. O PFL acusa o governo de ter orquestrado a operação de busca e apreensão na empresa de Roseana por motivos eleitorais.
Quem assina a certidão, que leva o carimbo da 32ª Zona Eleitoral de Belo Horizonte, é o diretor do cartório da mesma ZE, José dos Santos Resende. Ele diz no texto que a certidão é "para fins de prova de quitação eleitoral". Apesar da cautela formal do diretor, o documento certamente terá uso e efeito político, tanto que foi entregue para Roseana ontem, em Brasília, por dirigentes do PFL.
Roseana e o partido dizem que o PSDB e seu candidato, José Serra, estão por trás da operação policial que apreendeu cerca de R$ 1,3 milhão em dinheiro vivo e uma série de documentos da empresa Lunus, em São Luís do Maranhão.
Tal empresa é de Roseana e de seu marido, Jorge Murad, gerente de Planejamento do governo do Estado, o que levou Roseana a acusar o presidente FHC e seu governo de "um ato de violência política". O resultado foi o rompimento do PFL com o governo.

Outro lado
A Folha tentou ouvir ontem o delegado Agílio, que é diretor da PF desde junho de 1999, mas sua assessoria informou que ele tinha viajado para o Espírito Santo. Até o fechamento desta edição, não houve retorno da ligação. Quanto à sua candidatura a deputado, a assessoria diz que "há rumores". (ELIANE CANTANHÊDE)


Texto Anterior: Grafite
Próximo Texto: PF tenta explicar de novo o envio de fax da Lunus ao Palácio da Alvorada
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.