São Paulo, quarta-feira, 08 de março de 2006

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DIPLOMACIA

Ambientalistas atribuem a presidente aumento da devastação na Amazônia

Greenpeace faz protesto contra Lula em Londres

Lula Marques/Folha Imagem
O duque de Edimburgo, Marisa Letícia, a rainha Elizabeth e Lula se reúnem antes do jantar oferecido no palácio de Buckingham


DE LONDRES
DO ENVIADO ESPECIAL A LONDRES

Desta vez, a camisa verde-e-amarela da seleção brasileira de futebol não serviu para exibir ao mundo o ufanismo tropical: um pequeno grupo (cerca de 30 pessoas) vestiu a camisa, por iniciativa da organização ambientalista Greenpeace, para protestar contra o que consideram devastação da Amazônia no governo Lula enquanto o presidente passava de carruagem fechada rumo ao palácio de Buckingham.
O grupo levava cartazes nos quais se lia "God Save the Amazon" (parafraseando o "God save the Queen", do hino britânico) e "Deus Proteja a Amazônia".
As camisetas da seleção, informou a entidade, eram uma alusão ao fato de que uma área de floresta equivalente a um campo de futebol é devastada a cada dez segundos na Amazônia.
Não foi a única trombada do dia entre Lula e o Greenpeace. O presidente assinou artigo no jornal "The Guardian" no qual afirma que medidas que ele tomou resultaram em "queda dramática" do ritmo de deflorestação.
Já o Greenpeace publicou anúncio no "The Independent" em que o verde da bandeira brasileira vai sendo comido quadro a quadro, com a legenda: "Desde que o presidente Lula chegou ao poder, uma área da floresta amazônica com mais da metade do tamanho da Inglaterra foi ilegalmente destruída por madeireiros, produtores de soja e pecuaristas".
"Eu vim aqui para que Lula saiba que as pessoas em todo o mundo estão vendo o que ele faz com a Amazônia. Quando a floresta tropical é queimada por interesses de agricultores e madeireiros, está perdida para sempre", disse a ativista Belinda Fletcher. "Recentemente, Lula agiu para proteger áreas extensas da Amazônia, mas o fato é que foi sob sua liderança que tivemos índices recordes de devastação", completou.
A colisão não foi só com o Greenpeace. Outras organizações não-governamentais, como a Anistia Internacional, Oxfam, Survival Internacional, Anti-Slavery Internacional, Christian Aid, Amigos da Terra e a Agência Católica para o Desenvolvimento Exterior, fizeram um pedido para se reunir com Lula para tratar de assuntos que vão desde trabalho escravo até o desmatamento de áreas de preservação ambiental.
Fiona Watson, da Survival Internacional, disse que a ONG gostaria de levar ao presidente denúncias sobre o desmatamento no norte do Mato Grosso, que estaria chegando próximo à área da tribo Enawene Nawe. (FV e CR)


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