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JUSTIÇA
Valor equivale a quase 10% do PIB
Indenização chega a
R$ 81 bilhões no PA
ANDRÉA DE LIMA
MARCELO TEIXEIRA
da Agência Folha
A juíza Yvette Lúcia Pinheiro, do
Fórum de Belém (PA), concedeu
indenização de R$ 81,3 bilhões aos
proprietários da madeireira Sabim, empresa que teve falência decretada em 1970.
A sentença foi expedida no dia 12
de fevereiro, segundo publicação
do "Diário da Justiça do Pará". Esse valor equivale a cerca de10% do
PIB (Produto Interno Bruto), estimado em R$ 862 bilhões.
Fundada em 1964, a Sabim apresentou à Sudam (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia) um projeto de exploração
de madeira no sul do Pará e conseguiu com o Basa (Banco da Amazônia S/A) um crédito de 852 mil
cruzeiros (moeda corrente à época), o que hoje equivaleria a cerca
de R$ 57 milhões.
A seguir, a Sudam constatou irregularidades na aplicação dos recursos pela madeireira e suspendeu o repasse de verbas, via Basa,
o que, segundo a Sabim, teria provocado seu pedido de concordata
em 1964 e, quatro anos depois, sua
falência.
Gestão desastrosa
Em 1970, o Banco da Amazônia
foi nomeado síndico da massa falida da madeireira Sabim. Depois de
uma gestão desastrosa, o Basa não
conseguiu pagar seus credores,
nem aprovar as contas da madeireira. Foram quase 30 anos de briga judicial.
De acordo com a Justiça paraense, os responsáveis pelo montante
da indenização são os próprios advogados do banco, que não teriam
contestado um laudo da empresa
falida.
Os advogados do Basa criticaram a indenização e afirmaram
que a juíza concedeu além do requerido em juízo pela Sabim.
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