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SUCESSÃO PRESIDENCIAL
Santa Catarina define apoio pró-reeleição de FHC
Governistas vinculam
Itamar Franco a Collor
LUIZA DAMÉ
LUCIO VAZ
da Sucursal de Brasília
Os governistas
do PMDB vão
atacar o principal símbolo da
corrente que defende a candidatura própria, o
ex-presidente Itamar Franco, exatamente no seu ponto fraco: a ligação com o ex-presidente Fernando
Collor de Mello. Na Convenção
Nacional do PMDB hoje, eles vão
lembrar que Itamar foi vice-presidente de Collor.
Dois bonecos gigantes, representando os ex-presidentes Collor
e Itamar, deverão entrar no plenário da Câmara no momento em
que o pré-candidato estiver discursando para os convencionais.
A intenção dos governistas é que o
boneco de Collor diga: "Agora eu
posso ser seu vice".
O boneco deverá fazer os gestos
típicos de Collor na campanha de
1989: o "V" da vitória e os braços
para o alto com punhos fechados.
A intenção é constranger Itamar, mostrando que enquanto todo o PMDB carregava a candidatura de Ulysses Guimarães, o
ex-presidente estava ao lado de
Collor, o favorito para as eleições.
Cerca de 5.000 cartazes com fotos de Collor e Itamar foram distribuídos entre os militantes do
PMDB. Nos cartazes haverá a frase: "Collor e Itamar, juntos contra
Ulysses e o PMDB". O discurso de
Itamar deverá ser acompanhado
com um coro de PRN, PL e Collor.
Sarney e FHC
O comando governista contava
ontem com a liberação dos votos
do Maranhão (25) e do Amapá (7)
pelo senador José Sarney (AP). A
informação teria sido transmitida
por um deputado do Maranhão.
Sarney divulgou nota oficial negando que tenha se encontrado
com o presidente Fernando Henrique Cardoso, como foi noticiado
ontem, e reafirmando o seu apoio
à candidatura própria.
O senador também enviou carta
ao presidente nacional do partido,
deputado Paes de Andrade (CE),
reforçando o desmentido. "Todos
os meus amigos votarão comigo
com a tese da necessidade de o
partido ter uma candidatura própria a presidente, que eu mesmo
aceitaria caso o partido não dispusesse de nenhum nome."
O senador Roberto Requião
(PR) divulgou uma pesquisa feita
pelo seu gabinete, por telefone,
com 114 convencionais (22% do
total). O resultado apontou 83%
favorável à candidatura própria.
Santa Catarina
A delegação de Santa Catarina
decidiu, no ontem, por unanimidade, apoiar a reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso (leia mais sobre outros Estados
nas págs. 1-4 e 1-15).
Serão mais 37 votos contra a tese
de candidatura própria na convenção de hoje. A decisão foi tomada às 19h30 no escritório de representação de Santa Catarina em
Brasília, em reunião coordenada
pelo governador do Estado, Paulo
Afonso Vieira, e pelo presidente
estadual do partido, senador Casildo Maudaner.
Uma hora antes, Paulo Afonso e
Maudaner tiveram uma reunião
com o ministro Iris Rezende (Justiça), um dos coordenadores do
grupo governista.
Neste encontro, ficou acertado
que o governador de Santa Catarina garantiria os 28 votos sob seu
controle a favor da reeleição de
FHC. Iris Rezende comunicou o
acordo ao ministro Eliseu Padilha
(Transportes) e aos demais líderes
governistas. Padilha informou a
decisão do PMDB a FHC.
A notícia pegou de surpresa o o
deputado Paes de Andrade, presidente nacional do PMDB. "Que
coisa, meu Deus! Isso complica
muito. Contava com 22 votos (de
Santa Catarina)", disse ele, ao saber da decisão do governo de Santa Catarina,
Durante a semana, o governador
Paulo Afonso negociou os 28 votos em troca de liberação de recursos para privatizar empresas estaduais e construir rodovias e conjuntos habitacionais no Estado. O
total envolvido nas negociações
chegou a R$150 milhões.
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