São Paulo, sábado, 08 de abril de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ESCÂNDALO DO MENSALÃO/ O RELATÓRIO

Pedido do PT para anular votação de documento final da CPI dos Correios não deve ser apreciado por Renan por decurso de prazo

Recurso contra relatório deve ser arquivado

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O recurso encaminhado pela bancada do PT ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pedindo que seja anulada a votação do relatório final da CPI dos Correios, deve ser arquivado por decurso de prazo. A CPI precisa encerrar seus trabalhos na próxima segunda-feira.
Independentemente do prazo de funcionamento da comissão, o presidente do Senado não queria ficar com o ônus de tomar uma decisão impopular como essa.
Antes da votação, Renan tentou construir acordo entre os petistas e a oposição para fazer mudanças pontuais no relatório. O temor do peemedebista era de que a CPI terminasse sem um documento conclusivo, arranhando ainda mais a imagem do Congresso.
Renan encaminhou ofício ao presidente da CPI, senador Delcídio Amaral (PT-MS), para que ele se manifeste. O PT o acusa de ter desrespeitado o regimento do Senado ao não permitir que os parlamentares se manifestassem nem abrir espaço para a votação de destaques, que fariam alterações no texto do relator, Osmar Serraglio (PMDB-PR).
Delcídio disse que, durante a votação, não é permitido fazer questões de ordem. Ele afirmou que enviou, com uma semana de antecedência, ofício aos integrantes da CPI explicando como seria o procedimento de votação.
Nesse documento, Delcídio avisou que só seriam admitidos votos em separado, que exige a derrubada prévia do relatório. Assim, não caberiam destaques, que precisariam ser apreciados após aprovado o texto do relator.
"Nunca ninguém pediu que ele defendesse o PT, mas no último ato ele não agiu como presidente da CPI porque não garantiu o direito de falar e votar destaques", afirmou a líder do partido, senadora Ideli Salvatti (SC).
Delcídio disse considerar um erro a apresentação de um relatório paralelo pelo PT e que isso iria prejudicar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em entrevista anteontem, ele disse que não foi "eleito presidente [da CPI] para defender o PT e nenhum outro partido da base".
O relatório de Serraglio pediu o indiciamento de mais de cem pessoas, entre elas os ex-ministros José Dirceu (Casa Civil) e Luiz Gushiken (Comunicação de Governo). O documento afirma que o mensalão existiu.


Texto Anterior: Petista pede a cassação de Bittar
Próximo Texto: Conselho de Ética: Um renuncia, e cinco prometem sair
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.