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Dilma elogia Aécio e prega "dobradinha" PT-PSDB em MG
Petista admite voto "Anastadilma", com tucano Anastasia para o Estado e ela para o Planalto
Pré-candidato de Lula em Minas, Hélio Costa (PMDB) reage e afirma que seria "tão estranho como "Serrélio", em referência a ele e Serra
Marlene Bergamo/Folha Imagem
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Alunos cercam Dilma em sua visita a colégio onde estudou quando era adolescente, em MG
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
ANA FLOR
ENVIADA ESPECIAL A BELO HORIZONTE
No segundo dia de sua viagem a Minas Gerais, a pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, abandonou o tom
beligerante que vinha dirigindo
ao PSDB, elogiou o ex-governador Aécio Neves e defendeu
que o eleitor mineiro vote nela
e no tucano Antonio Anastasia
para o governo -compondo a
chapa "Dilmasia", ou "Anastadilma", que ela disse preferir.
O elogio a Aécio, que deixou o
governo para concorrer ao Senado, foi feito em entrevista à
rádio Itatiaia: "Respeito muito
o governador Aécio Neves".
Ela o chamou de "governador
exemplar", disse esperar que
em Minas o PT e Aécio tenham
"a melhor relação possível" e
admitiu a possibilidade de o
eleitor mineiro votar em uma
dobradinha PT-PSDB para presidente e para governador.
Dilma falava sobre a eventualidade de ocorrer algo semelhante a 2002 e 2006, quando
Aécio foi eleito governador,
mas Lula foi o mais votado para
presidente em Minas -o voto
"Lulécio". Agora, a dobradinha
seria entre ela para o Planalto e
Anastasia para o governo, o que
vem sendo chamado pela mídia
mineira de "Dilmasia".
"A gente não escolhe a forma
pela qual o povo monta as
alianças. É possível que ocorra:
como houve o "Lulécio", [é possível] a "Dilmasia". Eu acho até
melhor a inversão, né? "Dilmasia" é meio esquisito. "Anastadilma", qualquer coisa assim",
afirmou Dilma.
Ao defender a chapa híbrida,
Dilma aposta no desgaste da relação entre Aécio e José Serra,
seu adversário na disputa pela
Presidência. O ex-governador
de São Paulo ainda sonha atrair
o mineiro para sua chapa.
O flerte com os tucanos, por
outro lado, cria um embaraço
para a própria Dilma, uma vez
que o PT tem dois pré-candidatos em Minas: o ex-ministro
Patrus Ananias e o ex-prefeito
de Belo Horizonte Fernando
Pimentel. Além disso, o partido
discute a possibilidade de
apoiar o peemedebista Hélio
Costa para o governo.
A declaração da petista repercutiu mal. Hélio Costa afirmou que uma eventual chapa
"Anastadilma" faria tanto sentido quanto uma hipotética
parceria entre ele e Serra. "Isso
[o "Anastadilma'] é tão estranho como um "Serrélio'",disse.
Ontem, Dilma voltou a atacar
Serra, afirmando que não há
como ele ficar desvinculado do
governo FHC, pois foi ministro
do Planejamento e da Saúde na
era tucana: "Acho que o ex-ministro José Serra vai ter que ser
analisado no quadro do governo FHC. Eu não escondo o Lula. Espero que ele não esconda
o governo do qual participou".
Dilma tem procurado reforçar a sua origem mineira -nasceu em Belo Horizonte e depois
foi para o Rio Grande do Sul- e
diz que agora costuma usar interjeições gaúchas e mineiras,
como "barbaridade, uai".
Após 42 anos, ela voltou ontem à escola onde cursou em
BH o atual ensino médio. Ouviu apelos de professores -que
reivindicaram aumento- e de
alunos -que querem a sua ajuda para evitar uma greve.
Depois, numa livraria na zona sul, onde foi rever três amigos, ganhou um livro e uma foto
de quando tinha 12 anos.
Na rádio, ela foi questionada
sobre sua participação no combate ao regime militar e, ao falar do assunto, citou uma ficha
apócrifa que circulou na internet com acusações a ela.
Essa ficha foi motivo de uma
reportagem da Folha, a qual
Dilma citou, acrescentando
que o jornal "retificou o que tinha escrito" e que ela agradecia
isso ao ex-ombudsman Carlos
Eduardo Lins da Silva.
Também foi questionada se
estava namorando: "Infelizmente, não. As pessoas devem
se apaixonar. É muito bom".
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