|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PRIVATIZAÇÃO
Tesouro nacional permanece com 35,19% do capital votante da empresa mesmo depois do leilão
Fundos de pensão são o 2º maior acionista
ELVIRA LOBATO
FERNANDO PAULINO NETO
da Sucursal do Rio
Mais da metade das ações
com direito a
voto da Companhia Vale do Rio
Doce continua,
direta ou indiretamente, vinculada ao Estado.
Mesmo depois do leilão de privatização, o Tesouro Nacional permanece com 35,19% do capital votante da empresa. No próximo dia
20, a União venderá 4,45% das
ações ordinárias (com poder de
voto) para os funcionários da Vale, mas, ainda assim, continuará
na posição de principal acionista.
O segundo maior acionista será a
Litel Participações, com 20,46%
com capital com direito a voto da
Vale. A empresa foi formada por
quatro fundos de pensão ligados a
empresas estatais que já eram
acionistas da Vale e ampliaram
sua participação após o leilão.
A Litel é formada pela Previ (Caixa de Previdência dos Empregados
do Banco do Brasil), Petros (Fundação Petrobrás de Seguridade Social), Funcef (Fundação dos Economiários Federais) e Fundação
Cesp, dos empregados da Eletropaulo, Cesp e Companhia Paulista
de Força e Luz.
Antes do leilão, 15% do capital
votante da Vale estava em mãos de
fundos de pensão. Os quatro que
compõem a Litel possuíam 10,03%
e compraram mais 10,43%.
O presidente da Petros, Francisco Gonzaga Oliveira, e o presidente da Funcef, José Fernando de Almeida, disseram à Folha que a Litel vai concentrar todas as ações da
Vale que já estavam em poder dos
quatro fundos e, com isso, se tornará a segunda maior acionista da
empresa, depois da União.
Previ, Petros, Funcesp e Fundação Cesp ainda não definiram qual
será o percentual de cada uma delas dentro da Litel.
Elas foram para o leilão decididas a comprar 25% do total das
ações que fossem arrematadas pelo Consórcio Brasil, mas deixaram
para acertar suas participações individuais posteriormente.
O Consórcio Brasil comprou
41,73% do capital votante da Vale.
A Litel, conforme estipulado, arrematou 10,43%, ou seja, 25% do
lote leiloado pela União.
Com um patrimônio de R$ 20 bilhões, a Previ é o maior fundo de
pensão do país. Ele já possuía, em
carteira, 8,06% das ações com direito a voto da Vale do Rio Doce.
A Funcef é o segundo maior fundo de pensão brasileiro e seu patrimônio chega a R$ 6,4 bilhões. Sua
participação anterior no capital
votante da Vale era pequena: apenas 0,35%.
A Petros (terceiro maior fundo
de pensão, com R$ 4 bilhões de patrimônio), já possuía 1,52% das
ações ordinárias da Vale em sua
carteira. A Fundação Cesp (patrimônio de R$ 3 bilhões) tinha
0,10% do capital votante da Vale.
Segundo o presidente da Funcef,
a Previ foi escolhida para coordenar a atuação dos quatro fundos.
O Tesouro vendeu 97,8% das
104,318 milhões de ações ordinárias da Vale que foram a leilão. Os
outros 2,2% pertenciam a pequenos investidores da Bolsa.
Do total das ações ordinárias,
com direito a voto e a eleger o
Conselho de Administração da
Vale, o Tesouro abriu mão de
40,81% das ações ordinárias e o
público, de 0,92%.
Com o leilão, o capital ordinário
da Vale do Rio Doce ficou assim
dividido: Valepar (Consórcio Brasil, incluindo as ações compradas
pela Litel): 41,73%; Tesouro:
35,19%; fundos de pensão: 15%;
BNDESpar e FDS (Fundo de Desenvolvimento Social), 5%; fundos estrangeiros: 2% e público:
1,08%.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|