São Paulo, quinta, 8 de maio de 1997.



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Consórcio pagaria até R$ 4,2 bilhões

e da enviada especial ao Rio

O Consórcio Brasil, vencedor do leilão de privatização da Vale, estava preparado para pagar até R$ 4,2 bilhões pelas ações da estatal, segundo apurou a Folha.
O grupo liderado pela CSN estava convencido de que seu adversário, o consórcio Valecom, poderia cobrir um ágio de até 30%. O Valecom era tido como favorito, mas desistiu quando o ágio chegou a 19,99%. O preço mínimo do lote de ações era de R$ 2,78 bilhões e o leilão fechou com R$ 3,33 bilhões.
O presidente do conselho de administração da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) e líder do Consórcio Brasil, Benjamim Steinbruch, afirmou, no final do leilão, que estava preparado para ir "um pouco mais longe nos lances".
A avaliação que se faz internamente no Consórcio Brasil é que o Valecom blefou. Foi uma surpresa geral quando Antonio Ermírio parou os lances.
Mas até o início da noite de ontem, o grupo que formou a Valepar -nova dona da Vale do Rio Doce- ainda não havia decidido quanto cada parceiro do consórcio vai colocar no negócio.
Segundo Steinbruch, tudo isso estará resolvido, no máximo, até amanhã. Sabe-se apenas que os dois grandes financiadores são o Nations Bank -o quarto maior banco de varejo dos EUA, que emprestará até R$ 1,2 bilhão para a CSN-, e o Bradesco.
O maior banco de varejo do Brasil entrará financiando o banco de investimento Opportunity, que ofereceu R$ 800 milhões por sua participação. O Bradesco poderá, ainda, emprestar para novos cotistas do fundo de ações do Opportunity, que representa parte dos R$ 800 milhões oferecidos pelo banco.
A divisão, segundo Steinbruch, será basicamente em dois blocos: fundos de pensão, Investvale (fundo de investimento dos funcionários da Vale) e o BNDESPar (a empresa de participações do BNDES) entrarão juntos com metade dos R$ 3,3 bilhões.
A outra metade será composta pelos demais investidores: CSN, Opportunity e Nations Bank, diretamente. A composição acionária anunciada logo após o leilão ainda não está fechada.
Esse é o modelo de divisão equilibrada da participação societária, apresentado por Steinbruch. Segundo ele, com a concordância de todas as partes, pode haver mudanças acionárias e há formas de fechar parcerias comerciais e tecnológicas, por exemplo, em troca de participação acionária. (ElVIRA LOBATO e SILVANA QUAGLIO)



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