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PF tenta prorrogar prisão de suspeitos de pertencer à máfia dos caça-níqueis
HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA EM CAMPO GRANDE
RUBENS VALENTE
DO ENVIADO ESPECIAL A CAMPO GRANDE
A Polícia Federal deve pedir à
Justiça a prorrogação das prisões de parte dos suspeitos de
pertencer à máfia dos caça-níqueis, alvo da Operação Xeque-Mate. Dois suspeitos, Dario
Morelli Filho e Nilton Cezar
Servo, foram indiciados sob
suspeita, entre outros crimes,
de falsidade ideológica porque
seriam donos de uma casa de
jogos em Ilhabela (SP) aberta
em nome de um laranja.
Servo, apontado como um
dos líderes da máfia, fazia pagamentos de R$ 2.000 a R$ 3.000,
segundo a PF, a Genival Inácio
da Silva, o Vavá, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em troca dos pagamentos, segundo a PF, Vavá prometia
vantagens nos Poderes Executivo e Judiciário.
Até ontem 78 pessoas estavam presas -um dos procurados, o empresário Hercules
Mandetta Neto, se apresentou
anteontem à noite. Seis pessoas
ainda estão foragidas.
O prazo de cinco dias das prisões temporárias termina hoje
para 76 presos. A PF estudava
pedir a prorrogação, por mais
cinco dias, das prisões de Servo
e de Morelli, entre outros.
Não estava descartada, segundo um advogado ouvido pela Folha, pedidos de prisão
preventiva - detenção até a
conclusão das investigações.
A PF informa que indiciou
Morelli sob suspeita de contrabando (de componentes de caça-níqueis), formação de quadrilha, corrupção e falsidade
ideológica.
O advogado Milton Fernando Talzi confirma os indiciamentos, menos o de corrupção
ativa. No caso da acusação de
falsidade ideológica, ele afirma
não ter conhecimento do motivo de indiciamento.
Talzi diz que não há motivos
para a Justiça Federal manter
Morelli preso. "Ele respondeu
a todas perguntas [do interrogatório]", afirmou.
Advogados dizem que não
conseguem ler o processo para
saber quais acusações existem
contra seus clientes. Hoje, a
Justiça Federal deve permitir a
eles o acesso ao processo, que
corre em segredo de Justiça.
Indiciado sob suspeita de
corrupção ativa, contrabando,
formação de quadrilha e falsidade ideológica, Servo foi preso
na terça-feira com o filho Victor Emmanuel. No caso deles, a
prisão temporária só vence
amanhã. A mulher de Servo,
Maria Dalva, e outros dois filhos, José Lázaro e Nilton Cezar II, também estão presos.
Defensor da família, o advogado Éldes Rodrigues disse
acreditar que a família será liberada, mas não tem a mesma
convicção sobre Servo. Omar
Rasslan, advogado de Servo,
prefere não dar entrevistas por
enquanto.
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