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Ruralista
"ONGs querem desmoralizar as autoridades"
DA REPORTAGEM LOCAL
Cesário Ramalho da Silva,
da SRB, diz que quem é contra a MP quer "desmoralizar
as autoridades" e rebate a
crítica de que a medida estimularia ocupações ilegais.
![](http://www1.folha.uol.com.br/fsp/images/ep.gif)
FOLHA - Essa MP tem sido criticada por entidades de defesa ambiental.
CESÁRIO RAMALHO DA SILVA -
Existe um processo para não
melhorar as coisas, de destruição de qualquer medida
que o governo queira tomar.
Nós produtores estamos fechando, para tentar ajudar
nessas negociações, que não
se derrube uma árvore mais
na Amazônia. Isso é uma coisa que temos bastante consenso. É coisa muito positiva.
FOLHA - Um dos argumentos de
quem critica é que essa medida é
um convite para que as pessoas
irão mais à Amazônia, o que pioraria o desmatamento.
CESÁRIO - É proibido. O governo tem de fiscalizar. É
contra a lei. Então não podemos, porque não conseguimos fazer cumprir uma lei,
vamos ser contra uma lei
moralizadora?
Não podemos mais conviver com essas coisas, temos
de enfrentar. Medida positiva, construtiva, verdadeira.
Vamos dizer que aquela área
num determinado lugar é
sua. Ele vai ser o responsável,
vai estar identificado e tem
de cumprir as leis.
É uma projeção natural,
tão lógica, tão óbvia, temos
de cair na normalidade, numa rotina. Essas pessoas, inclusive a senadora Marina,
veem nisso outras coisas,
têm medo do além.
FOLHA - O senhor então considera infundada essa acusação
das ONGs de "desmonte"?
CESÁRIO - Eles querem desmoralizar as autoridades. O
governo é bem intencionado,
todo mundo, até o nosso incrível Minc.
FOLHA - Mas o senhor acha que
a medida desestimularia as pessoas a ir para a Amazônia?
CESÁRIO - Não, eu acho que
as pessoas que estão lá têm
de ser identificadas. Agora,
quem faz cumprir a lei é o governo. Nós vamos ter de cobrar do governo coerência,
firmeza e determinação na
execução de suas leis. Acho
que não exista a possibilidade de aumentar. No paralelo,
estamos trabalhando para
que não se faça mais derrubada no bioma Amazônico.
Somos a favor disso.
FOLHA - O senhor é a favor do
desmatamento zero?
CESÁRIO - Sim. Admiro as
pessoas serem contra a legalização das coisas. É irreversível tirar as pessoas de lá.
Então vamos legalizá-los e,
em contrapartida, negociar o
desmatamento zero. A MP é
importante para isso, ela
abre o caminho.
FOLHA - Mas dá para conciliar isso com a atividade agropecuária?
CESÁRIO - Dá. Nós vamos pedir uns cinco anos, não é definitiva. Pelo menos cinco
anos temos de fazer para tomarmos conhecimento,
amadurecermos, conhecermos a real situação das coisas. Nós estamos pleiteando
o desmatamento zero no bioma Amazônico por cinco
anos.
FOLHA - Tem uma crítica de que
essa MP foi idealizada para beneficiar os pequenos proprietários e
acabou por beneficiar também os
grandes e as empresas.
CESÁRIO - Nesse momento,
ela vai fazer mais por proprietários de até 1.500 hectares, esse indivíduo não é pequeno em São Paulo, mas é
pequeno na Amazônia.
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