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Escavações só terão início em agosto
SERGIO TORRES
ENVIADO ESPECIAL A MARABÁ (PA)
A comissão criada pelo
Ministério da Defesa para
buscar os desaparecidos
do Araguaia só iniciará as
escavações em agosto.
O Exército criou uma
ouvidoria para buscar informações sobre o tema:
sua tarefa será ouvir e selecionar testemunhas. As
que forem consideradas
convincentes, com a indicação de possíveis locais,
serão levadas em conta.
Os 33 membros da comissão, reunidos desde
ontem em Marabá (PA),
começam hoje a percorrer
os 14 pontos que serão escavados no sudeste do Pará e norte do Tocantins.
Com base nas observações de antropólogos forenses, geólogos, topógrafos, especialistas e observadores independentes,
serão traçadas as estratégias para o início das escavações, que vão durar de 1º
de agosto a 31 de outubro.
Inicialmente, o Exército
pretendia iniciar as escavações nesta semana, mas
adiou o trabalho porque a
maioria dos integrantes
civis não conhece a região.
Os 14 pontos foram indicados em relatórios de 13
missões anteriores de busca dos corpos e em documento oficial do Exército,
de 2004, com informações
sobre a guerrilha organizada nos anos 60 e 70 pelo
então clandestino PC do B.
Na última quinta-feira,
o camponês Odílio Morais
da Silva, 69, apontou a um
membro da comissão o local onde estaria enterrado
Elmo Correia, o Lourival.
Morais da Silva disse a
Paulo Fonteles Filho, representante do governo do
Pará na comissão, que o
corpo de Lourival foi sepultado clandestinamente
por militares na localidade
de Água Fria, em São Domingos do Araguaia: "A indicação coincide com um
relato obtido em 1980 pela
primeira caravana dos familiares de guerrilheiros.
O camponês demonstrou
ter uma memória precisa".
Segundo ele, Lourival
foi envenenado por um
camponês a mando de militares. Carioca, estudante
de medicina, Lourival chegou ao Araguaia em 1971.
Tinha 27 anos ao morrer.
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