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Lula diz que "engraçadinhos" não vão mudar suas políticas
Presidente diz que vai transformar programas sociais em lei para protegê-los
Em discurso, Lula disse que políticas sociais já foram "escondidas e negadas" e que sucessor terá que investir ainda mais na área
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Para uma plateia de cerca de
300 assistentes sociais do Brasil, da Índia e da África, o presidente Lula afirmou ontem que
vai transformar em lei todos os
programas sociais para que nenhum "engraçadinho" acabe
com eles.
"Precisamos consagrar todas
as políticas em uma lei para que
nenhum engraçadinho venha
destruir essas coisas", disse.
Segundo ele, quem o substituir no cargo em 2011 terá que
fazer mais políticas sociais do
que ele. "Se fizer menos, vai ter
vida muito curta no governo."
Ao discursar por uma hora e
dez minutos no encerramento
de um seminário internacional
sobre pobreza promovido pelo
Ministério do Desenvolvimento Social, Lula autoelogiou sua
gestão. Ele sugeriu que cada um
dos ministros faça um "filme"
dos principais programas para
mostrar à sociedade seus resultados práticos.
Retrospectiva
Lula lembrou até do ano de
2005, quando o esquema do
mensalão veio à tona.
Segundo o presidente, o governo passou por muita inquietação naquele período e que todos os programas sociais, citando o Bolsa Família, eram negados pela mídia e oposição, que
dariam mais destaque para as
denúncias.
"Todos vocês acompanharam as inquietações que tivemos aqui em 2005. Todos vocês
acompanharam o que fizeram
com o governo em 2005. Como
as políticas sociais eram negadas e muitas vezes escondidas",
disse Lula.
E continuou: "Mas no final
do primeiro mandato, descobriram a grande obra que era o
Bolsa Família, e então [passaram a dizer] que era para ajudar
o Lula a conseguir o segundo
mandato", afirmou.
Segundo o presidente, para
evitar ainda mais críticas em
2006, ano que concorreu à reeleição, foi aconselhado pelo ministro Franklin Martins (Comunicação Social) a não lançar
o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
Mulheres
Lula reclamou do fato de estar sendo processado na Justiça Eleitoral por ter afirmado,
em uma viagem recente, que
uma mulher seria a próxima
presidente do Brasil e, em seguida, ter entregue uma rosa à
ministra-chefe da Casa Civil,
Dilma Rousseff.
"Se for assim, estou desgramado com a quantidade de protesto que vou enfrentar", disse.
À plateia, formada na maioria por mulheres, Lula pediu
que sempre que ele mencionar
que uma mulher será presidente todas digam que ele está se
referindo a cada uma delas "para confundir todo mundo".
Lula culpou os governos anteriores pela pobreza e disse
que se alguma atitude fosse tomada em anos anteriores não
existiriam milhares de pessoas
morando em favelas.
"O que estamos fazendo é reparar a irresponsabilidade. Favela há uns anos atrás era poético e hoje a situação, com mais
de 2 milhões de pessoas morando em favelas em São Paulo,
não tem nada de poético", afirmou o presidente.
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