São Paulo, sábado, 08 de agosto de 2009

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Lula diz que "engraçadinhos" não vão mudar suas políticas

Presidente diz que vai transformar programas sociais em lei para protegê-los

Em discurso, Lula disse que políticas sociais já foram "escondidas e negadas" e que sucessor terá que investir ainda mais na área


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Para uma plateia de cerca de 300 assistentes sociais do Brasil, da Índia e da África, o presidente Lula afirmou ontem que vai transformar em lei todos os programas sociais para que nenhum "engraçadinho" acabe com eles.
"Precisamos consagrar todas as políticas em uma lei para que nenhum engraçadinho venha destruir essas coisas", disse.
Segundo ele, quem o substituir no cargo em 2011 terá que fazer mais políticas sociais do que ele. "Se fizer menos, vai ter vida muito curta no governo."
Ao discursar por uma hora e dez minutos no encerramento de um seminário internacional sobre pobreza promovido pelo Ministério do Desenvolvimento Social, Lula autoelogiou sua gestão. Ele sugeriu que cada um dos ministros faça um "filme" dos principais programas para mostrar à sociedade seus resultados práticos.

Retrospectiva
Lula lembrou até do ano de 2005, quando o esquema do mensalão veio à tona.
Segundo o presidente, o governo passou por muita inquietação naquele período e que todos os programas sociais, citando o Bolsa Família, eram negados pela mídia e oposição, que dariam mais destaque para as denúncias.
"Todos vocês acompanharam as inquietações que tivemos aqui em 2005. Todos vocês acompanharam o que fizeram com o governo em 2005. Como as políticas sociais eram negadas e muitas vezes escondidas", disse Lula.
E continuou: "Mas no final do primeiro mandato, descobriram a grande obra que era o Bolsa Família, e então [passaram a dizer] que era para ajudar o Lula a conseguir o segundo mandato", afirmou.
Segundo o presidente, para evitar ainda mais críticas em 2006, ano que concorreu à reeleição, foi aconselhado pelo ministro Franklin Martins (Comunicação Social) a não lançar o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

Mulheres
Lula reclamou do fato de estar sendo processado na Justiça Eleitoral por ter afirmado, em uma viagem recente, que uma mulher seria a próxima presidente do Brasil e, em seguida, ter entregue uma rosa à ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.
"Se for assim, estou desgramado com a quantidade de protesto que vou enfrentar", disse.
À plateia, formada na maioria por mulheres, Lula pediu que sempre que ele mencionar que uma mulher será presidente todas digam que ele está se referindo a cada uma delas "para confundir todo mundo".
Lula culpou os governos anteriores pela pobreza e disse que se alguma atitude fosse tomada em anos anteriores não existiriam milhares de pessoas morando em favelas.
"O que estamos fazendo é reparar a irresponsabilidade. Favela há uns anos atrás era poético e hoje a situação, com mais de 2 milhões de pessoas morando em favelas em São Paulo, não tem nada de poético", afirmou o presidente.


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