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SUCESSÃO
Programa de governo planeja buscar melhores resultados com valor semelhante ao liberado no atual mandato
FHC descarta aumento de gastos sociais
MARTA SALOMON
LUIZA DAMÉ
da Sucursal de Brasília
O futuro programa de governo
do presidente Fernando Henrique
Cardoso não prevê aumento dos
gastos sociais em um eventual segundo mandato.
Baseado na necessidade de manter a estabilidade econômica e estimular o crescimento sustentado,
sobretudo nas exportações, o esboço do programa define como
principal desafio na área social
melhorar a qualidade dos gastos e
fazer com que eles privilegiem os
brasileiros mais pobres.
Atualmente, os gastos públicos
federais na área social somam, segundo dados do governo, cerca de
12% do PIB (Produto Interno Bruto), incluindo pagamento de aposentadorias e de salários de servidores públicos da área social.
O dado mais recente com que o
governo trabalha indica que os
gastos públicos privilegiam uma
camada de renda mais alta e, por
isso, não têm contribuído para
combater a pobreza. O estudo foi
feito pelo Banco Mundial e será
atualizado até o final do ano pelo
Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
Daí a orientação de FHC de, em
vez de aumentar gastos em programas sociais, buscar melhores
resultados com um volume de dinheiro semelhante ao que já é liberado pelos cofres públicos. Essa
orientação atende a uma das principais diretrizes do programa de
governo: a intenção de obter o
equilíbrio nas contas públicas.
"A situação fiscal não é confortável. A prioridade é manter a estabilidade", resumiu o coordenador do programa de governo de
FHC, Carlos Pacheco. "Os serviços públicos têm de funcionar."
A ação de um eventual segundo
governo FHC depende muito do
cenário econômico internacional
e das taxas de crescimento da economia que puderem ser atingidas.
O comitê eleitoral investe em taxas
de crescimento progressivas a partir de 99. Os números, porém, são
mais tímidos do que os planejados
pelo comitê petista. Os assessores
de FHC prevêem um crescimento
de 4% do PIB no ano que vem.
As exportações são o caminho
traçado pela equipe para garantir
o crescimento da economia brasileira na virada do milênio. A meta,
já anunciada por FHC, é exportar
R$ 100 bilhões ao ano até 2003.
O programa de governo de Fernando Henrique não deverá apresentar nenhuma grande inovação
no rumo já definido em seu primeiro mandato. "Será um governo novo, mas de continuidade ao
que está aí", disse Pacheco.
Com o título provisório de
"Avança Brasil", o programa de
governo só será anunciado por
FHC no início da propaganda eleitoral no rádio e na TV, marcado
para o dia 18.
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