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SOLDO BAIXO
Cerca de 300 pediram reajuste de 33% para maridos durante desfile
Mulheres de militares protestam
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O único protesto registrado
no desfile de 7 de Setembro foi
feito por mulheres de militares
que defendem aumento salarial
imediato para seus maridos.
Elas vestiam camisetas pretas e
portavam faixas. Uma dizia:
"Militar é patriota, mas não é
idiota: 33% já".
Os militares receberam um
reajuste de 10% após uma queda
de braço entre os ministérios da
Defesa e do Planejamento. A categoria quer aumento de 33%.
A situação ainda é tensa entre
os militares e o Poder Executivo,
pois o aumento de 10% ainda
não foi votado no Congresso. O
ministro José Viegas (Defesa),
porém, diz que os militares terão o reajuste já neste mês.
Para Ivone Luzardo, 45, coordenadora da comissão de cerca
de 300 mulheres, o atraso na votação demonstra "a falta de empenho do governo". O Ministério da Defesa afirma que tentará
um complemento de 23% no
aumento para o próximo ano.
Nas faixas trazidas pelas mulheres, podia-se ler também:
"Soldado, de que vale o amor à
pátria se a panela está vazia?".
Pelas regras das Forças Armadas, militares da ativa não podem fazer greve nem esse tipo
de protesto, o que configura insubordinação.
"O governo fez um esforço.
Aumentou e vai continuar aumentando os salários. Vai continuar reequipando as forças armadas", afirmou o ministro José Dirceu (Casa Civil), que disse
considerar "natural" o protesto.
As manifestantes chegaram às
5h para conseguir espaço num
palanque próximo ao presidente, porém acabaram espalhadas
pela Esplanada. Em suas camisetas estava escrito: "Nada temos a perder". Quando o desfile
foi encerrado e Lula deixava o
local, duas mulheres se aproximaram das autoridades com
uma faixa. Gritando, foram contidas por um cordão de policiais. Uma delas, que se identificou como mulher de um cabo
da Aeronáutica, caiu e foi retirada do local.
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