São Paulo, quarta-feira, 08 de setembro de 2004

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SOLDO BAIXO

Cerca de 300 pediram reajuste de 33% para maridos durante desfile

Mulheres de militares protestam

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O único protesto registrado no desfile de 7 de Setembro foi feito por mulheres de militares que defendem aumento salarial imediato para seus maridos. Elas vestiam camisetas pretas e portavam faixas. Uma dizia: "Militar é patriota, mas não é idiota: 33% já".
Os militares receberam um reajuste de 10% após uma queda de braço entre os ministérios da Defesa e do Planejamento. A categoria quer aumento de 33%.
A situação ainda é tensa entre os militares e o Poder Executivo, pois o aumento de 10% ainda não foi votado no Congresso. O ministro José Viegas (Defesa), porém, diz que os militares terão o reajuste já neste mês.
Para Ivone Luzardo, 45, coordenadora da comissão de cerca de 300 mulheres, o atraso na votação demonstra "a falta de empenho do governo". O Ministério da Defesa afirma que tentará um complemento de 23% no aumento para o próximo ano.
Nas faixas trazidas pelas mulheres, podia-se ler também: "Soldado, de que vale o amor à pátria se a panela está vazia?".
Pelas regras das Forças Armadas, militares da ativa não podem fazer greve nem esse tipo de protesto, o que configura insubordinação.
"O governo fez um esforço. Aumentou e vai continuar aumentando os salários. Vai continuar reequipando as forças armadas", afirmou o ministro José Dirceu (Casa Civil), que disse considerar "natural" o protesto.
As manifestantes chegaram às 5h para conseguir espaço num palanque próximo ao presidente, porém acabaram espalhadas pela Esplanada. Em suas camisetas estava escrito: "Nada temos a perder". Quando o desfile foi encerrado e Lula deixava o local, duas mulheres se aproximaram das autoridades com uma faixa. Gritando, foram contidas por um cordão de policiais. Uma delas, que se identificou como mulher de um cabo da Aeronáutica, caiu e foi retirada do local.


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