DA REPORTAGEM LOCAL

O comando de campanha de Luiz Inácio Lula da Silva viveu ontem um paradoxo com relação à derrota da governadora do Rio de Janeiro, Benedita da Silva, que era candidata à reeleição.
Por um lado, o partido lamentava o fato de Benedita, por pequena margem de votos, ter deixado escapar a chance de ir ao segundo turno contra Rosinha Garotinho (PSB), que acabou eleita.
Com 99,96% das urnas apuradas até o final da noite de ontem, a candidata do PSB assegurava a vitória no primeiro turno com 51,3% dos votos válidos. Benedita se mantinha na segunda colocação com 24,45% e Jorge Roberto Silveira (PDT) continuava em 3º, com 14,28% dos votos válidos.
A avaliação é de que possuir palanque próprio em um Estado da importância política do Rio seria um grande impulso para a campanha de Lula.

Obstáculo
Por outro lado, petistas, reservadamente, não escondiam o alívio como fato de ter sido removido um obstáculo para o apoio do marido de Rosinha, Anthony Garotinho, à candidatura de Lula.
"Não se pode negar que a derrota da Benedita facilita em muito o trabalho de aproximação com Garotinho, que pode dar apoio de corpo e alma a nós", disse um integrante da coordenação de Lula.
Publicamente, o discurso na cúpula petista era só lamentações pela derrota de Benedita.
"Benedita teve um desempenho excepcional, apesar de todas as dificuldades que enfrentou. Se houvesse mais dez dias de campanha, ela estaria no segundo turno", disse o secretário-geral do PT, Luiz Dulci. Já o coordenador do programa de governo, Antônio Palocci, afirmou que os contatos com Garotinho ocorreriam mesmo que Benedita fosse para o segundo turno.
Haverá agora um esforço do PT em prestigiar a governadora, que será chamada a assumir funções na campanha presidencial. Em um governo Lula, ela é nome provável para um cargo de primeiro escalão.


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