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Na TV, petista deve elevar tom de crítica ao governo
KENNEDY ALENCAR
EM SÃO PAULO
A campanha presidencial do PT
no horário eleitoral gratuito de rádio e TV neste segundo turno deverá elevar o tom das críticas em
relação ao governo e tentará mostrar que Luiz Inácio Lula da Silva
terá maior articulação política do
que José Serra (PSDB) para fazer
cinco reformas prioritárias. Pela
ordem: tributária, trabalhista,
agrária, previdenciária e política.
Segundo a Folha apurou, o presidente Fernando Henrique Cardoso deverá ser poupado pessoalmente, pois até o momento Lula
julga "impecável" o comportamento dele na eleição em relação
aos adversários. Mas, se FHC entrar de forma dura na campanha
de Serra, avalizando ataques duros, deverá haver revide.
Para tentar vender a idéia de
que terá maior apoio no Congresso do que Serra, o PT espera que o
partido tenha obtido uma bancada federal maior do que as dos tucanos. E o presidente do PT, deputado José Dirceu (SP), com autorização de Lula, tentará articular alianças com outros partidos
para tentar chegar a um número
próximo de 300 deputados federais, que dariam suporte a um
eventual governo.
Na conta, entra a bancada do
PT, que deverá ter entre 80 e 90
deputados, mais a do PMDB, que
deverá ter mais ou menos mesmo
tamanho. Um contingente com
120 ou 140 deputados viria de partidos de oposição, como PDT,
PSB e PPS, que se uniriam a dissidentes de legendas que hoje dão
sustentação a FHC, como o próprio PSDB e PPB, PFL e PTB. Os
dissidentes poderiam se abrigar
em siglas aliadas, como o PL, que
indicou o vice José Alencar.
Vacina
Ao se vender com maior capacidade de articulação, Lula tentará
se vacinar contra ataques do tucano à sua capacidade de pôr em
prática as propostas do PT.
As diretrizes do programa de
TV nesse começo de segundo turno foram definidas ontem em
reunião da cúpula petista com o
publicitário Duda Mendonça.
O PT acredita que, ao apresentar Lula como negociador, poderá
continuar a carimbar Serra como
desagregador. Daí cair como uma
luva o apoio de Ciro Gomes
(PPS), que terminou a eleição fazendo um discurso de que foi destruído por Serra e o PSDB.
Ao elencar suas cinco prioridades, numa espécie de marca parecida com a dos cinco dedos de
FHC em 1994, o PT pretende dizer
que o governo falhou ao tentar
implementar os grandes acordos
e que Lula não falhará.
A três primeiras reformas propostas (tributária, trabalhista e
agrária), se realizadas, dirá o programa de TV do presidenciável
petista, ajudariam a gerar empregos mais rapidamente. No roteiro
do PT, a reforma previdenciária
será feita respeitando direitos adquiridos e como forma de dar
equilíbrio fiscal ao Estado. A reforma política teria três pontos
principais: fidelidade partidária,
financiamento público de campanhas e voto distrital misto.
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