São Paulo, terça-feira, 08 de outubro de 2002

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Força Sindical racha entre Lula e Serra

CLAUDIA ROLLI
FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

A Força Sindical ainda não decidiu se vai apoiar Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou José Serra (PSDB) no segundo turno das eleições -a posição oficial só será definida na próxima segunda-feira. A demora se deve ao racha na preferência dos sindicalistas. Isso pode até levar a central a liberar o voto -ao contrário do que ocorreu no primeiro turno, quando a central sindical apoiou o presidenciável Ciro Gomes (PPS).
Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, vice na chapa de Ciro, que volta à presidência da Força Sindical na próxima semana, diz que, desde a última sexta-feira, está sendo procurado por tucanos e petistas. "Não temos pressa na decisão porque não vamos negociar cargos. Nossa intenção é discutir o combate ao desemprego com os dois candidatos", diz Paulinho.
Na Força, Lula já conta com apoio do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco, do Sindicato dos Aeroviários do Estado de São Paulo e da Federação dos Comerciários do Estado de São Paulo desde o primeiro turno. A Folha apurou que a Federação dos Químicos do Estado de São Paulo, que apoiou Ciro, deve anunciar sua preferência pelo petista ainda nesta semana. A entidade reúne 33 sindicatos e representa cerca de 100 mil trabalhadores nos ramos químico e farmacêutico.
Do lado tucano estão o Sindicato de Trabalhadores da Construção Civil de São Paulo e sindicalistas da confederação e da federação dos trabalhadores na indústria de alimentação de São Paulo, que ocupam cargos na direção executiva da Força.
Na CUT (Central Única dos Trabalhadores), uma reunião prevista para hoje no comitê sindical de Lula deve definir estratégias para buscar apoio ao petista, principalmente nas periferias dos centros urbanos e no interior do país. "Nossa orientação é para apoiar Lula. Mas os diretores dos sindicatos têm liberdade de opção. Caso do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, que é cutista, mas que apoiou José Maria de Almeida, do PSTU", diz João Felício, presidente da central. "Duvido, entretanto, que um sindicalista da CUT defina seu apoio ao Serra", completa.
A SDS (Social Democracia Sindical) vai manter seu apoio a Serra. "Não vamos mudar nossa posição. Se Lula ganhar, o país vai parar, porque ele é fraco não tem opinião definida sobre os problemas mais graves", afirma Enilson Simões de Moura, presidente da central sindical.
O secretário-geral da CGT (Confederação Geral dos Trabalhadores), Canindé Pegado, informa que deve definir na próxima semana quem terá o apoio da central no segundo turno.


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