DA AGÊNCIA FOLHA, EM FLORIANÓPOLIS

Uma paulistana de 52 anos, divorciada e mãe de dois filhos, é a maior surpresa eleitoral de Santa Catarina. Ideli Salvatti (PT) saltou de um quarto lugar nas pesquisas de intenções de voto na véspera da eleição para a maior votação numa candidatura ao Senado pelo Estado.
"Esse é um número que nunca vou cansar de repetir", diz Ideli, ao comentar os 1.054.304 votos que recebeu na disputa catarinense. Professora de física da rede estadual de ensino, Ideli Salvatti ocupou, nos dois últimos mandatos, vaga na Assembléia Legislativa de Santa Catarina.
Petista da corrente Unidade na Luta, "a articulação de direita", brinca, Salvatti é oriunda das CEBs (Comunidades Eclesiais de Base) da Igreja Católica. Antes da candidatura pelo PT, presidiu o Sinte-SC (Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina) e foi tesoureira da CUT no Estado.
Eleita deputada estadual em 1994 e reeleita em 1998, Ideli Salvatti afirma que sua vitória "coloca uma fenda profunda na oligarquia catarinense". Segundo ela, depois destas eleições, o poder dos "clãs Bornhausen e Amin não serão os mesmos".
Para ela após essas eleições o "kaiser", como se refere a Bornhausen, irá ficar mais retraído, por perder em nível nacional e estadual. Desconhecida nacionalmente, Salvatti crê que encontrará problemas no Senado Federal. "Vai ser bom encontrar tantos petistas no Senado. Vamos começar a mudar a história do país e ajudar Lula no seu projeto de transformação", disse.
(JOSÉ MASCHIO)



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