|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CONTAGEM DE VOTOS
Apesar do aumento da bancada petista, se Lula for eleito será obrigado a fazer alianças para ter maioria
PT deve crescer no Senado e na Câmara
LUIZA DAMÉ
RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A expressiva votação do presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva no primeiro turno deverá se refletir nas bancadas do PT na Câmara e no Senado.
O resultado final da votação
mostra que o PT crescerá de 8 para 14 senadores (de um total de
81). Na Câmara, projeções feitas
por analistas políticos indicam
que o partido, hoje com 58 deputados, pode ter 93 (de um total de
513).
Apesar do crescimento da bancada petista, se Lula for eleito presidente, ele será obrigado a fazer
alianças para ter maioria no Congresso.
Os atuais aliados do PT -PC do
B, PL e PMN- não vão colaborar
em muito para o reforço da bancada de Lula.
Na Câmara, os três partidos deverão ter cerca de 35 deputados.
PMN e PC do B não elegeram senadores e o PL deverá ficar com
dois senadores -considerando a
vitória de Lula, cujo vice é José
Alencar (PL-MG). "A ascensão do
PT foi o dado mais importante
desta eleição. O crescimento da
bancada é maior do que o esperado", afirmou o analista político
Murillo de Aragão.
A votação de uma emenda
constitucional, por exemplo, exige o voto favorável de 308 deputados e de 49 senadores. Um projeto
de lei complementar só é aprovado com apoio de 257 deputados e
41 senadores.
Tucanos
O tucano José Serra, se for eleito
presidente, também terá de agregar outros partidos à sua base
parlamentar além de PSDB e
PMDB, que formam a Grande
Aliança e deverão ter as bancadas
reduzidas.
O PSDB deverá cair dos atuais
94 deputados para cerca de 81. O
PMDB, que tem 87 deputados,
deverá ficar com 74.
O PPB, que apóia informalmente Serra, deverá se manter em torno de 50 deputados. Para ter
maioria na Câmara, Serra terá de
conquistar o apoio do PFL, que
deverá eleger em torno de 80 deputados.
Contagem
Os dados da eleição para deputado federal não são definitivos
porque a contagem dos votos
prossegue em alguns Estados, o
que deverá alterar as bancadas.
Para calcular quantos deputados
cada partido elegerá por Estado é
necessária a totalização dos votos.
No Senado, os dois partidos
aliados de Serra serão menores na
próxima legislatura, que se inicia
em fevereiro. O PSDB cairá dos
atuais 14 senadores para 11 e o
PMDB, de 23 para 19. O PFL
-que se reúne amanhã para decidir qual a posição vai tomar no
segundo turno da eleição presidencial- ganhou um senador, ficando com uma bancada de 19.
Se ficarem juntos, os três terão
49 senadores -o mínimo necessário para aprovar uma emenda
constitucional.
Ou seja, podem facilitar a vida
de Serra, se ele for o vitorioso no
dia 27 de outubro, ou criar dificuldades para um eventual governo
Lula.
Se é menor, a bancada petista no
Senado será compensada pela
eleição de políticos experientes,
como o ex-líder do PT na Câmara
Aloizio Mercadante, campeão nacional de votos, e o ex-governador
Cristovam Buarque (DF). Outro
reforço da bancada petista no Senado será o deputado Paulo Paim
(RS).
Ao contrário de Mercadante e
Paim, o senador Roberto Freire
(PPS-PE) deve trocar o Senado
pela Câmara, dependendo da totalização dos votos em Pernambuco. A bancada do PPS na Câmara deverá se manter com 12 deputados.
Texto Anterior: Mercadante não pretende deixar Senado Próximo Texto: Câmara: Com 1,5 milhão, Enéas é o mais votado Índice
|