São Paulo, terça-feira, 08 de outubro de 2002

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CONTAGEM DE VOTOS

Apesar do aumento da bancada petista, se Lula for eleito será obrigado a fazer alianças para ter maioria

PT deve crescer no Senado e na Câmara

LUIZA DAMÉ
RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A expressiva votação do presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva no primeiro turno deverá se refletir nas bancadas do PT na Câmara e no Senado.
O resultado final da votação mostra que o PT crescerá de 8 para 14 senadores (de um total de 81). Na Câmara, projeções feitas por analistas políticos indicam que o partido, hoje com 58 deputados, pode ter 93 (de um total de 513).
Apesar do crescimento da bancada petista, se Lula for eleito presidente, ele será obrigado a fazer alianças para ter maioria no Congresso.
Os atuais aliados do PT -PC do B, PL e PMN- não vão colaborar em muito para o reforço da bancada de Lula.
Na Câmara, os três partidos deverão ter cerca de 35 deputados. PMN e PC do B não elegeram senadores e o PL deverá ficar com dois senadores -considerando a vitória de Lula, cujo vice é José Alencar (PL-MG). "A ascensão do PT foi o dado mais importante desta eleição. O crescimento da bancada é maior do que o esperado", afirmou o analista político Murillo de Aragão.
A votação de uma emenda constitucional, por exemplo, exige o voto favorável de 308 deputados e de 49 senadores. Um projeto de lei complementar só é aprovado com apoio de 257 deputados e 41 senadores.

Tucanos
O tucano José Serra, se for eleito presidente, também terá de agregar outros partidos à sua base parlamentar além de PSDB e PMDB, que formam a Grande Aliança e deverão ter as bancadas reduzidas.
O PSDB deverá cair dos atuais 94 deputados para cerca de 81. O PMDB, que tem 87 deputados, deverá ficar com 74.
O PPB, que apóia informalmente Serra, deverá se manter em torno de 50 deputados. Para ter maioria na Câmara, Serra terá de conquistar o apoio do PFL, que deverá eleger em torno de 80 deputados.

Contagem
Os dados da eleição para deputado federal não são definitivos porque a contagem dos votos prossegue em alguns Estados, o que deverá alterar as bancadas. Para calcular quantos deputados cada partido elegerá por Estado é necessária a totalização dos votos.
No Senado, os dois partidos aliados de Serra serão menores na próxima legislatura, que se inicia em fevereiro. O PSDB cairá dos atuais 14 senadores para 11 e o PMDB, de 23 para 19. O PFL -que se reúne amanhã para decidir qual a posição vai tomar no segundo turno da eleição presidencial- ganhou um senador, ficando com uma bancada de 19.
Se ficarem juntos, os três terão 49 senadores -o mínimo necessário para aprovar uma emenda constitucional.
Ou seja, podem facilitar a vida de Serra, se ele for o vitorioso no dia 27 de outubro, ou criar dificuldades para um eventual governo Lula.
Se é menor, a bancada petista no Senado será compensada pela eleição de políticos experientes, como o ex-líder do PT na Câmara Aloizio Mercadante, campeão nacional de votos, e o ex-governador Cristovam Buarque (DF). Outro reforço da bancada petista no Senado será o deputado Paulo Paim (RS).
Ao contrário de Mercadante e Paim, o senador Roberto Freire (PPS-PE) deve trocar o Senado pela Câmara, dependendo da totalização dos votos em Pernambuco. A bancada do PPS na Câmara deverá se manter com 12 deputados.


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