São Paulo, terça-feira, 08 de outubro de 2002

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Especialistas vêem voto de protesto

REPORTAGEM LOCAL

Dois cientistas políticos ouvidos pela Folha avaliam que a votação de Enéas Carneiro se deve à uma estratégia de marketing do candidato e a um voto de protesto do eleitor, mas não a uma opção pela ideologia do Prona, que defende idéias nacionalistas.
Francisco Fonseca, da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica), diz que esses eleitores não conhecem as idéias de Enéas e dificilmente vão acompanhar as ações dele em Brasília.
"É um protesto difuso. O eleitor considera que todos são iguais e escolhe uma figura exótica, que fala aos berros. Esse eleitor está pouco interessado em política."
Ele diz que não há tendência de crescimento do Prona. "O partido não tem base social. Ele só cresce se houver uma grande crise política, moral e econômica no país."
Brás José de Araújo, da Universidade de São Paulo, afirma que Enéas é "um fenômeno de marketing eleitoral e precisa ser reconhecido como tal". Ele diz que "há uma distorção" no sistema político para permitir a eleição de candidatos a deputado federal com pequena quantidade de votos. "O presidente poderia ter feito uma reforma política que evitaria essa situação", afirma.
A idéia de que sua votação se deve a um protesto é rejeitada por Enéas, que a atribui à sua formação. O principal problema do país, na avaliação do líder do Prona, não é a falta de emprego nem a violência, mas a submissão ao poder hegemônico mundial. (AI)



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