São Paulo, terça-feira, 08 de outubro de 2002

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MATO GROSSO DO SUL

Zeca do PT e candidata do PSDB disputam o apoio de 3º colocado

FABIANO MAISONNAVE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

Com a definição do segundo turno nas eleições em Mato Grosso do Sul, o governador José Orcírio dos Santos -o Zeca do PT- e Marisa Serrano (PSDB) lutam para conseguir o apoio do terceiro colocado no Estado, o vice-governador Moacir Kohl (PDT), rompido politicamente com o petista em junho.
No primeiro turno, Zeca obteve 48,33% dos votos válidos, seguido de Serrano, com 42,41%. Kohl obteve 5,25% e os outros três candidatos somaram 4,01%.

Acordo
O PT e os partidos da Frente Trabalhista no Estado (PPS e PDT), que se coligaram no Estado em 98, haviam feito um acordo em que a frente lançaria um senador e apoiaria informalmente a reeleição de Zeca do PT.
A poucos dias do prazo final para registro das candidaturas, no entanto, o PT decidiu lançar dois candidatos ao Senado, provocando o rompimento com a Frente Trabalhista, que lançou Kohl para concorrer ao governo.
A avaliação é que, se Zeca tivesse mantido a aliança com a Frente Trabalhista, ele teria vencido no primeiro turno.
"O resultado mostrou ao PT que não se ganha eleição sozinho", afirmou Kohl à Agência Folha, depois da confirmação do segundo turno.
Segundo ele, os dois partidos devem decidir hoje à tarde qual dos candidatos apoiarão.
Ontem, Zeca e Serrano anunciaram que já iniciaram as negociações com a Frente Trabalhista. Em entrevista coletiva, o petista disse que espera o apoio da Frente Trabalhista e do PSB no Estado em razão do cenário nacional.

"Deu sorte"
"A gente deu sorte. O que poderia atrapalhar, por exemplo, era o Rio de Janeiro, se tivesse um segundo turno entre a Rosinha e a Benedita. E felizmente acabou", disse Zeca na entrevista coletiva.
Durante a campanha, Kohl foi um dos candidatos que mais atacaram o governo petista.
No debate da semana passada promovido pela Rede Globo, o pedetista disse que Zeca fazia uma campanha "acintosa", em alusão aos gastos, e disse que o Estado estava quebrado.
O governador respondeu que desconhecia "esse seu lado nefasto de falar sem provas" e que sua campanha era financiada por "amigos empresários".
Ontem, Zeca do PT afirmou que as críticas eram "rusgas de campanha" e lembrou que o PDT, o PPS e o PSB ainda mantêm cargos em seu governo.
O PPS, por exemplo, controla a Secretaria de Saúde.


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