São Paulo, terça-feira, 08 de outubro de 2002

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DISTRITO FEDERAL

Governador, que enfrentará Geraldo Magela (PT), tenta barrar uso do novo modelo no 2º turno

Roriz vai ao TSE contra urna eletrônica

SANDRO LIMA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Depois de confirmado que o Distrito Federal terá segundo turno, o governador Joaquim Roriz (PMDB), candidato à reeleição, protocolou ontem no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) um pedido de retirada do módulo impressor acoplado às urnas eletrônicas que serão usadas no segundo turno.
Ao contrário do que apontavam as pesquisas -em que Roriz chegou a ter vantagem de até 14 pontos percentuais em relação ao total de todos os adversários-, o governador tinha ontem 42,98% dos votos válidos contra 40,85% de Geraldo Magela (PT).
Roriz disse ter sido prejudicado pelo sistema, que dificulta a votação de pessoas de baixa renda, seus principais eleitores.
Segundo Roriz, o módulo tornou o processo de votação mais complexo e demorado e aumentou a incidência de erro. "Já fomos cobaia. Não vamos ser mais. Já demos nossa contribuição", disse. Apenas o DF e Sergipe utilizaram o voto impresso.
Para Roriz, a maioria desses eleitores pretendia votar nele, mas eles não teriam conseguido por causa da urna. Essa diferença, segundo o governador, poderia decidir a eleição a seu favor.
No primeiro turno das eleições no DF em 1998, o número de votos brancos e nulos foi de 6,75%.
"A única vítima [do módulo impresso" na urna foi Joaquim Roriz. Eu tenho autocontrole. Se fosse outro poderia fazer uma revolução ou pediria anulação da eleição", disse o governador.
De acordo com dados do TRE-DF (Tribunal Regional Eleitoral), com 96,99% dos votos apurados, 44.151 eleitores votaram nulo e 21.243 em branco, o que corresponde a 5,3% dos votos válidos.
Roriz negou que as denúncias que o envolvem em um suposto esquema de grilagem de terras públicas no DF tenha prejudicado sua candidatura. Segundo ele, as denúncias estão sendo apuradas pela Justiça e até agora nada foi provado contra ele.
Durante o horário eleitoral antes do primeiro turno, adversários de Roriz usaram as denúncias para atingi-lo. Nas investigações do caso de grilagem de terras, a PF gravou conversas telefônicas com autorização judicial em que o governador apareceria tratando de condomínios irregulares.
Roriz obteve uma liminar na Justiça que impede a Folha e outros jornais de publicarem as conversas gravadas.
Para Magela, os fatores que o levaram a disputar o segundo turno foram as denúncias contra Roriz e também o trabalho da militância do partido e a força da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva.
Magela disse que buscará o apoio dos candidatos Rodrigo Rollemberg (PSB) e Carlos Alberto Torres (PPS), que já sinalizaram que deverão apoiá-lo no segundo turno. Ele também tentará o apoio de Benedito Domingos (PPB), vice-governador do DF que rompeu com Roriz.
Magela disse que Lula terá participação ativa no segundo turno. Já Roriz disse que apoiará Serra.
No DF ocorreu um dos maiores atrasos no processo de votação no Brasil, com alguns eleitores votando até as 2h de ontem. O TRE-DF atribuiu os atrasos a problemas técnicos e a dificuldade das pessoas em usar o novo sistema.


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