São Paulo, sexta-feira, 08 de outubro de 2004

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PANORÂMICA

POLÍTICAS SOCIAIS


Ao receber integrante da ONU, Lula ataca a alienação de políticos com relação à fome
Sem novidades sobre o combate à fome no Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou a pequena cerimônia de recepção ao presidente da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), em Brasília, para criticar a alienação de políticos ricos -estrangeiros e brasileiros- com relação à fome.
Nem mesmo os países pobres foram poupados pela falta de compromisso com a fome, fator que, segundo Lula, desmotiva o financiamento internacional.
"Imagina convencer um político europeu, um político americano, ou mesmo um político saído das classes mais abastadas do Brasil a se preocupar com a fome. Não tá no seu cotidiano, no seu dia-a-dia. Então ele não tem nenhuma razão para estar preocupado", disse Lula.
Jacques Diouf, presidente da FAO, discursou em português e pediu empenho na conservação da biodiversidade, em especial na luta contra o desmatamento.
Lula discursou de improviso e rompeu a formalidade. Ao usar a expressão "en passant" (de passagem) disse que essa parte não precisaria ser traduzida ao convidado, que é senegalês e fala francês. "Eu preciso aprender a não burlar o protocolo", disse, levantado gargalhadas.
Numa espécie de autocrítica coletiva, Lula disse que nos países pobres falta "objetividade" nos programas de combate à fome. Uma das principais críticas ao Fome Zero é a dispersão de esforços e a falta de foco.
Para expressar sua "teimosia" em converter o mundo a sua causa, Lula lembrou da falta de apoio dos EUA à criação de uma taxa mundial para financiar o combate à fome.


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