|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
comentário
Biografia faz revelações, mas omite finanças
DA FOLHA ONLINE
Logo na introdução da biografia "O Bispo - A História
Revelada de Edir Macedo", o
autor, Douglas Tavolaro, faz
uma pergunta que qualquer
leitor com senso crítico faria:
"como fazer uma biografia
isenta de alguém que paga o
seu salário?"
Tavolaro diz que o próprio
bispo exigiu que o livro não
fosse "chapa-branca". Ele até
tenta, mas não consegue.
Trata-se de uma obra parcial.
O questionamento crítico
é limitado pela onipresença
de Macedo, que impede o
confronto em temas mais
polêmicos -especialmente
os que tratam de finanças.
Uma das grandes perguntas que ficam sem resposta
no livro é o "faturamento" da
Igreja Universal, e quanto dinheiro a igreja gasta de fato
na compra de horários das
madrugadas da Record.
Sobre a primeira pergunta,
Macedo diz não saber "de cabeça" o valor. Sobre a segunda, rebate dizendo que também quis comprar horários
da Globo e do SBT, mas que
essas TVs recusaram. Ou seja, escapa pela tangente.
Isso também não tira o valor da obra, já que, independentemente de qualquer julgamento por seus atos, o bispo Macedo é uma personalidade interessante.
É curioso saber como ele
tinha consciência que sua
prisão em 92 funcionaria como marketing e agregaria
mais fiéis à Universal. A "vítima" sempre sai ganhando,
revela sem muito pudor.
Seu mea culpa sobre o
"Chute na Santa" (95) até soa
sincero. E é só, porque daí
em diante grassam ataques
ao catolicismo e ao papa.
Cabe lembrar que "O Bispo..." não foi feito para os
amantes da literatura. O público-alvo é o fiel da Universal, o evangélico em geral, a
classe C. E esse público vai
ser atingido em cheio.
Texto Anterior: Bispo Macedo ataca Globo, ironiza SBT e revela sucessor Próximo Texto: Bispo ex-dependente de drogas é apontado por líder da Universal como seu sucessor Índice
|