São Paulo, sexta-feira, 08 de novembro de 2002

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PAINEL

Plano B
O PFL decidiu ontem lançar ofensiva para atrair senadores à sigla a fim de conseguir a maior bancada e, com isso, a presidência do Senado. Os alvos iniciais dos pefelistas são José Sarney (AP) e seus aliados no PMDB, como João Alberto (MA).

Disputa numérica
O PFL elegeu 19 senadores, igual número do PMDB, e tenta aumentar a bancada para 25. Os peemedebistas têm promessa de quatro adesões, podendo chegar a 23 no total. Os pefelistas dizem que o PT apoiará, na eleição, a sigla que tiver a maior bancada.

Radicais de molho
Com a tentativa de aumentar a bancada, o PFL deixa de lado, ao menos por enquanto, a idéia de formar um bloco com o PSDB e o PPB para reivindicar as presidências da Câmara e do Senado.

Fator dinheiro
O PSDB concluiu ontem, em reunião na casa de Aécio Neves, que não pode fazer oposição radical a Lula pois seus dois principais governadores -Geraldo Alckmin (SP) e Aécio Neves (MG)- dependem muito de repasses e investimentos federais.

Sinal de fumaça
José Dirceu (PT) sentiu o golpe com o ensaio de rebelião de Jefferson Péres (PDT) no bloco da oposição no Senado. Tentou falar ontem com Brizola (PDT), que estava no Uruguai, mas não conseguiu. O senador do AM reagiu ao acordo PT-PMDB para eleger a presidência da Casa.

Bater o pé
Do Uruguai, mesmo sem falar com o PT, Brizola (PDT) mandou um recado para Péres: o partido foi tratado com "pouca consideração" e a estratégia do senador pedetista, de procurar formar um bloco e uma possível candidatura contrária à do PMDB, é boa resposta ao PT.

Tropa de choque
Martinez, Fleury e Roberto Jefferson, líderes do PTB, decidiram que a legenda, reunida na semana que vem, declarará apoio a Lula e à eleição de José Dirceu, caso o petista se candidate à presidência da Câmara.

Centralismo democrático
Quatro deputados federais do PL lançaram seus nomes para o ministério de Lula. Imediatamente, os quatro foram vetados pela cúpula do aliado PT.

Terceiro turno
Tucanos que estiveram ontem com FHC deixaram Brasília com uma certeza: ele poderá tentar voltar ao cargo em 2006, caso o governo Lula naufrague. Apostam numa espécie de "queremismo", movimento de 45 que pedia a permanência de Getúlio Vargas na presidência.

Bandeira própria
Dirigentes tucanos ficaram surpresos com o empenho de FHC em participar das reuniões do PSDB e em instalar sua ONG em SP. "Esse escritório será o grande comitê eleitoral dele", avalia um governador eleito.

Maré de azar
Maluf (PPB) caiu logo na terceira pergunta do "Show do Milhão" de Silvio Santos com políticos, que irá ao ar hoje. Pediu ajuda das placas. Não souberam dizer, como ele, que Berlusconi foi o primeiro-ministro italiano que renunciou ao cargo em 94. O ex-prefeito levou apenas R$ 2.000, o menor prêmio do dia.

Barulho incômodo
Maluf se confundiu também ao ser questionado sobre que inseto produz zumbido. Passou pela resposta "abelha" e pediu para pular. Metade do prêmio dos participantes irá para o Teleton, que auxilia deficientes. O senador eleito Crivella (PL) foi o que mais faturou: R$ 300 mil.

Aposta arriscada
O Ministério Público Federal abriu ação civil pública contra suposto "exercício indevido de competência" de Olívio Dutra (PT-RS). Em 2001, o governador baixou decreto que autorizou jogos de azar. Só um deles, que hoje existe em MG, RJ e PR, movimentou R$ 59 mi de lá para cá.

TIROTEIO

Do deputado José Genoino (PT-SP), sobre o toque de recolher decretado ontem por criminosos em SP, prática que Alckmin, na eleição, negou existir:
-Toques de recolher são graves, mas mais grave ainda é Alckmin não admitir que eles existem e, por isso, não tomar medidas para combatê-los.

CONTRAPONTO

Casa de ferreiro

O presidente Fernando Henrique Cardoso reuniu-se ontem com dirigentes do PSDB e com os governadores eleitos pelo partido em um almoço na casa do presidente da Câmara, Aécio Neves (MG), em Brasília.
Assim que chegou ao local, FHC deu de cara com o senador Teotônio Vilela (AL) e o governador Almir Gabriel (PA), que estavam fumando no jardim.
- Você voltou a fumar, Téo? - perguntou o presidente ao senador.
- É, presidente. Depois de oito anos, não aguentei mais e voltei a tragar.
FHC, então, começou a falar dos males que o tabagismo provoca, tentando convencer o senador a largar o vício. O senador ouviu, ouviu e soltou:
- Mas, presidente, se o Almir, que é médico, especialista, cirurgião de tórax, fuma como uma chaminé...
FHC ficou sem ação.



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