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Tarso nega erro de tradução no caso Cacciola
Ministro afirma que versão foi feita por tradutores "altamente qualificados" e que defesa do ex-banqueiro faz "manobra'
Ele admite, porém, haver diferenças em alguns dos termos e que, se solicitada pela Justiça de Mônaco, nova tradução será enviada
DA SUCURSAL DO RIO
O ministro da Justiça, Tarso
Genro, negou ontem, no Rio,
ter havido erros de tradução
nos documentos enviados pelo
governo brasileiro para pedir a
extradição do ex-banqueiro
Salvatore Cacciola, preso em
Mônaco desde 15 de setembro.
Tarso afirmou que o pedido de
nova tradução é uma "manobra" dos advogados de Cacciola
para ganhar tempo.
Erros na tradução levaram,
quinta-feira, ao terceiro adiamento seguido da audiência para definir o destino do ex-banqueiro. Para a procuradora-geral do principado, Anne Brunet-Fuster, "a tradução não é
boa". Na opinião dos advogados
de defesa, o texto é "incompreensível".
Segundo Tarso, os documentos foram vertidos do português para o francês por tradutores juramentados "altamente
qualificados, como sempre é
feito". "Foi uma legítima manobra dilatória [que faz adiar]
dos advogados -Cacciola trocou de advogados, que necessitam tomar conhecimento dos
autos-, que indicou questões
relacionadas com tradução.
Agora, no Estado de Direito é
assim: advogados de defesa têm
direito a fazer postergações."
Para Tarso, as diferenças
aparecem apenas em alguns
termos. "A palavra "peculato"
[corrupção por funcionário público], por exemplo, que não
existe no sistema de Mônaco,
provavelmente tem outro nome", justificou, admitindo, porém, enviar nova tradução, caso
necessário. "Nós não fomos solicitados, se formos, vamos
apresentar."
"Do ponto de vista da documentação e da tradução que o
Brasil apresentou, absolutamente, a tradução foi muito
bem-feita por tradutores juramentados, técnicos de alto nível, que nunca receberam nenhuma impugnação nas relações internacionais."
"Enquanto ele [Cacciola] estiver preso, aguardando a decisão, está bem. O resto é o ritmo
da Justiça de Mônaco, que temos de respeitar", afirmou.
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