São Paulo, terça-feira, 09 de janeiro de 2007

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Painel

VERA MAGALHÃES (interina) - painel@uol.com.br

Com unhas e dentes

Insatisfeito com a "despetização" iniciada por Gilberto Gil na Cultura, o PT decidiu que vai marcar em cima as indicações de cargos no segundo mandato e reagir a qualquer tentativa de diminuição de seu espaço. O partido quer evitar, principalmente, que estatais como Petrobras saiam da órbita petista. "O PT tem uma comissão política acompanhando toda a formação do governo", diz o presidente, Ricardo Berzoini (SP). O assunto será tratado em reunião da Executiva.
O principal alvo dos petistas é o conceito de "porteira fechada", que aliados defendem para poder nomear todos os escalões das pastas que lhes forem destinadas. "No governo de coalizão, a composição dos ministérios deve ser plural", diz Valter Pomar.

Sobrevida. Um dos petistas exonerados por Gil, o secretário de Articulação Institucional, Marcio Meira, ganhou alguns dias no cargo. Enquanto estiver de férias, não pode ser demitido, segundo a lei.

Na fila. O governador de Sergipe, Marcelo Déda, trabalha pela nomeação do ex-presidente da Petrobras José Eduardo Dutra para um cargo estratégico para o Nordeste, como o comando da Sudene.

Despesa extra. Os gastos do PT com a posse de Lula ficaram em R$ 700 mil, 40% acima do previsto pela sigla.

P.S. Renato Rabelo (PC do B) e Roberto Amaral (PSB) mandaram carta ao presidente do PMDB, Michel Temer, pedindo apoio a Aldo Rebelo (PC do B-SP). No texto, nada de promessa de apoio a um peemedebista daqui a dois anos.

Deixa o homem. Um deputado da base aliada acha que, para Lula, a disputa pelo comando da Câmara é mais que conveniente. "Ninguém mais fala em reforma ministerial", lembra.

Cegonha. O ministro do Esporte, Orlando Silva, aproveitou agenda em São Paulo ontem para percorrer maternidades da capital acompanhado de sua mulher, que está prestes a dar à luz.

Panacéia. O governo liberou ontem R$ 11 milhões para que a Força Nacional de Segurança seja usada nos Jogos Panamericanos.

Em todas. O vice-governador de Minas, Antonio Anastasia, não vai ocupar cargo executivo, mas será uma espécie de secretário sem pasta. Caberá a ele a coordenação dos projetos estratégicos que integrarão o Caderno dos Encargos, que será lançado hoje.

Torniquete. O corte de gastos na máquina pública de São Paulo já chegou à área da Saúde. Com o fechamento de sete escritórios regionais, a pasta acabou com 290 cargos de confiança, para desespero dos políticos. A economia será de R$ 5 milhões por ano.

Fermento 1. Roberto Requião convidou três petistas para integrar o novo secretariado paranaense. Em seu primeiro mandato, o governador peemedebista destinou apenas uma pasta ao aliado.

Fermento 2. Os convidados são Ênio Verri (Planejamento), ex-assessor do ministro Paulo Bernardo, Valter Bianchin (Agricultura), secretário de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário, e André Vargas (Trabalho), ex-presidente do PT-PR e deputado eleito.

Feliz 2008. Depois do fiasco dos fogos de artifício que desapareceram no Réveillon de João Pessoa (PB), o prefeito Ricardo Coutinho (PSB) não teve dúvida: remarcou a queima de fogos para o último sábado. Desta vez, o show funcionou, com direito a público vestido de branco na praia.

Outro lado. A ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy nega que esteja articulando a candidatura de aliados seus para os comandos nacional e estadual do PT. O deputado Rui Falcão descarta disputar a presidência nacional da sigla.

Tiroteio

Entrar na disputa é sempre legítimo, mas, pelos votos que detém, é melhor que esse grupo concorra à presidência do Conselho de Ética.


Do deputado FERNANDO FERRO (PT-PE), sobre o grupo de parlamentares que pretende lançar uma candidatura própria à presidência da Câmara por considerar que nem Aldo Rebelo (PC do B-SP) nem Arlindo Chinagia (PT-SP) têm condições de defender a bandeira da ética.

Contraponto

Diz que fui por aí

Na pré-campanha eleitoral de 2006, o deputado Eduardo Paes foi anfitrião de um encontro de tucanos no Rio. Ali, FHC, Aécio Neves e Tasso Jereissati analisaram pesquisas sobre a candidatura de Geraldo Alckmin.
Encerrada a reunião, repórteres em série telefonaram para Paes, a quem já haviam se habituado a procurar devido à participação do deputado na CPI dos Correios.
-A pior coisa foi ter feito essa reunião em casa!-, lamentou o deputado ao atender a enésima ligação.
-As conversas vão vazar e vão achar que fui eu. Inclusive, a partir de agora, vou desligar o celular. E mais: avisa aí que estou saindo do país. Vou já para a Argentina!


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