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Deputados pedem reembolso até para vacinas que são gratuitas na rede pública
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Por ser bastante vaga, a regra
que hoje praticamente permite
que os deputados tenham um
"cheque em branco" para gastos com saúde acaba sendo terreno fértil para abusos.
Sobram exemplos de congressistas que tentam ser ressarcidos por despesas que não
estão previstas no ato da Mesa
Diretora que, em 1983, estabeleceu o benefício.
Já houve pedidos para a compra de equipamento para tirar a
pressão e para o pagamento de
vacinas disponíveis de graça na
rede pública -ambos acabaram sendo barrados pela Câmara, segundo a Folha apurou.
Em outro exemplo, o deputado Laurez da Rocha (PSB-TO)
pediu o reembolso de R$ 5.800
por equipamento para tratamento de apneia do sono.
"Pedi porque pago um plano
que não cobria. Eu acho que foi
certo a Mesa [ recusar o pedido], nem questionei. Agora, se a
Câmara tivesse pagado, eu
também não iria dispensar",
disse o deputado.
As atas da reunião da Mesa
Diretora revelam pedidos de
reembolso em gastos com alimentação e despesas de acompanhantes -o que é proibido
pela norma.
O deputado Jader Barbalho
(PMDB-PA), por exemplo, incluiu em pedido de reembolso
R$ 15 de um café da manhã. A
Câmara barrou o ressarcimento, mas pagou outros R$ 31 mil
referentes a tratamento médico do deputado.
A assessoria do congressista
disse que a conta foi enviada à
Câmara pelo hospital onde ele
foi tratado, e que o hospital
mandou o valor bruto.
Em 2008, o ressarcimento de
gastos de congressistas com
saúde custou à Câmara dos Deputados R$ 3 milhões. Anteontem, a Mesa Diretora se reuniu
para discutir possíveis mudanças neste benefício, mas acabou adiando a decisão.
(LS e MCC)
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