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MULTIMÍDIA
Agência chama Itamar de "velho rancoroso'
Jornais destacam
moratória mineira
Buenos Aires e da Redação
A moratória de Minas Gerais
foi assunto em jornais de vários
países do mundo ontem.
Nos Estados Unidos, o "Wall
Street Journal", o mais influente
do país no meio financeiro, destacou o assunto na capa de seu
caderno internacional.
Segundo o jornal, a decisão do
governador Itamar Franco derrubou a Bolsa brasileira e espalhou dúvidas sobre se o Brasil seria capaz de honrar suas dívidas.
"A decisão do governo de Minas Gerais pode levar outros Estados a seguirem o mesmo caminho", diz o texto, citando o Rio
de Janeiro e o Rio Grande do Sul.
Para o "WSJ", a decisão de Itamar é "mais política do que econômica". O diário diz que o fato
não deve afetar o pacote de ajuste
fiscal brasileiro.
O problema mineiro ganhou
também as páginas do "New
York Times", o jornal de maior
prestígio nos EUA.
O "NYT" diz que a decisão de
Itamar foi "surpreendente" e
descreveu da seguinte forma o
programa de estabilidade fiscal:
"Dois passos para a frente, um
passo para trás". O jornal fez
uma ligação entre os problemas
internos no Brasil e as quedas do
dólar e da Bolsa de Nova York,
ocorridas anteontem.
˛
CNN
O site da rede de TV CNN na
Internet trouxe reportagem da
agência de notícias "Associated
Press" que chama Itamar Franco
de "velho rancoroso".
Intitulado "O velho rancoroso
abastece a luta econômica no
Brasil", o texto afirma que a moratória decretada por Itamar pode descarrilhar a tentativa de
manter a economia nos trilhos.
O site informa, ainda, que o
acordo fechado por FHC com o
FMI pode ser prejudicado pela
atitude de Itamar.
˛
Inglaterra
A queda na Bolsa brasileira e na
cotação dos títulos do governo
frustou um bom início de ano para os mercados internacionais,
disse o jornal britânico "Financial Times", em editorial da edição de ontem.
Para o jornal, o presidente Fernando Henrique Cardoso não
pode ceder à atitude de Itamar.
"Seria adiar ainda mais a conclusão das reformas fiscais, das
quais depende o pacote de ajuda
de US$ 41,5 bilhões, acertado
com o FMI."
Fernando Henrique tem condições de recuperar o prejuízo, diz
o jornal, se não repassar recursos
federais para Minas.
Mas o pior, continua o diário
econômico, é que a moratória foi
decretada por um político do
PMDB, um dos cinco partidos
que compõem a aliança governista. "Poderá haver um racha na
base política de apoio ao presidente no Congresso."
Outros dois jornais britânicos,
o "The Guardian" e o "The Independent", noticiaram o fraco desempenho das Bolsas no mundo
todo e a baixa do dólar norte-americano, atribuindo o fato à
"potencial crise dos mercados
emergentes provocada pela moratória de Minas Gerais".
˛
Argentina
Na noite de quinta-feira o noticiário da TV a cabo "Todo Noticias" anunciava a queda geral nas
Bolsas, provocada pela moratória mineira, e previa que o assunto -apelidado de efeito "pão-de-queijo"- ocuparia a imprensa nos próximos dias.
Ontem o tema recebeu destaque na capa do jornal "El Cronista", que falava em um possível
"conclave de governadores da
oposição", liderado por Itamar.
O caderno de economia do "La
Nación" falou de "efeito dominó", salientando que a "forte
queda do índice Bovespa fez a
Bolsa local retroceder 1,17%".
O "Clarín" publicou uma reportagem sobre o impacto da
moratória sobre a Bolsa de São
Paulo e na fuga de dólares.
Mais contundente, o "Página
12" trouxe um título que dizia:
"Brasil cambaleia depois da moratória da dívida de Minas Gerais
- A rebelião dos governadores".
˛
França
O assunto mereceu pouco destaque no principal jornal de economia da França, o "Les Echos".
Em reportagem intitulada "Braço-de-ferro financeiro entre os
Estados e o governo central", o
diário destaca que a moratória de
Minas "complica singularmente
o orçamento do presidente Fernando Henrique Cardoso, que
assumiu seu segundo mandato".
Diz ainda que FHC "excluiu
qualquer renegociação das dívidas" dos Estados.
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