São Paulo, sexta-feira, 09 de fevereiro de 2007

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PFL aprova mudança de nome para Partido Democrata

Processo visa alterar imagem e reciclar os quadros para as eleições de 2008; sucessor de Jorge Bornhausen será escolhido em março

SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Após amargar derrota nas urnas, o PFL deu a largada ontem à sua transformação no novo PD (Partido Democrata), em processo que visa mudar a imagem e reciclar quadros do partido para as eleições de 2008.
A troca de nome foi aprovada por unanimidade pela Executiva Nacional e passará a valer após a convenção nacional, em 28 de março, em Brasília. Na mesma data, será escolhido o sucessor do atual presidente da sigla, Jorge Bornhausen (SC).
Aos 69 anos (14 deles à frente do PFL), Bornhausen afirmou que sua intenção é "oxigenar" e "sacudir" diretórios acomodados. Sua aspiração é que o PD ocupe um espaço que, segundo ele, tomará conta do cenário eleitoral em 2010: a luta do populismo contra a democracia.
"Esse é o mal que se alastra na América Latina", disse.
Segundo Bornhausen, a escolha do nome PD foi feita por meio de pesquisa encomendada. A sigla PFL (Partido da Frente Liberal) consta até hoje como provisória no estatuto do partido -criado em 1985.
O estatuto da nova legenda será apresentado no dia 15 de março, mas Bornhausen adiantou que buscou inspiração no PP (Partido Popular) espanhol, sigla conservadora do ex-premiê José María Aznar. Em 2004, Aznar tentou eleger Mariano Rajoy para sucedê-lo, mas foi derrotado na esteira dos atentados em Madri.
Ao transferir o comando do partido a "um nome da nova geração", a intenção de Bornhausen é promover uma guinada da sigla ao centro. Os favoritos para presidir o PD são o deputado Rodrigo Maia (RJ) e o prefeito de SP, Gilberto Kassab. A principal resistência ao nome de Maia é o senador Antonio Carlos Magalhães (BA).
Bornhausen deixou claro quem continuará sendo o principal rival da sigla. "O PT está discutindo o indulto ao Zé Dirceu, isso é mais importante do que discutir sua refundação".
O processo de refundação do PFL começou em 2005, com a intenção de fazer decolar a pré-candidatura à Presidência do prefeito do Rio, César Maia. Sem sucesso, o PFL acabou se unindo novamente ao PSDB.
Bornhausen não descartou novas alianças com os tucanos, mas disse ser "preciso caminhar com as próprias pernas". O ex-senador também disse não se preocupar com a crescente desidratação da bancada na Câmara. "Enfrentamos a lipoaspiração do mensalão. Quem quiser negociar, quiser cargos, emendas, a porta está aberta para sair", afirmou.
No ano passado, o PFL elegeu 65 deputados federais, mas a bancada já está com 60 e pode perder outros sete membros.
Outras mudanças no PFL serão a criação de um conselho político, formado por Bornhausen, Marco Maciel (PE), José Jorge (PE) e Hugo Napoleão (PI). O Instituto Tancredo Neves se transformou na Fundação Liberdade e Cidadania.


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