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PFL aprova mudança de nome para Partido Democrata
Processo visa alterar imagem e reciclar os quadros para as eleições de 2008; sucessor de Jorge Bornhausen será escolhido em março
SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Após amargar derrota nas urnas, o PFL deu a largada ontem
à sua transformação no novo
PD (Partido Democrata), em
processo que visa mudar a imagem e reciclar quadros do partido para as eleições de 2008.
A troca de nome foi aprovada
por unanimidade pela Executiva Nacional e passará a valer
após a convenção nacional, em
28 de março, em Brasília. Na
mesma data, será escolhido o
sucessor do atual presidente da
sigla, Jorge Bornhausen (SC).
Aos 69 anos (14 deles à frente
do PFL), Bornhausen afirmou
que sua intenção é "oxigenar" e
"sacudir" diretórios acomodados. Sua aspiração é que o PD
ocupe um espaço que, segundo
ele, tomará conta do cenário
eleitoral em 2010: a luta do populismo contra a democracia.
"Esse é o mal que se alastra
na América Latina", disse.
Segundo Bornhausen, a escolha do nome PD foi feita por
meio de pesquisa encomendada. A sigla PFL (Partido da
Frente Liberal) consta até hoje
como provisória no estatuto do
partido -criado em 1985.
O estatuto da nova legenda
será apresentado no dia 15 de
março, mas Bornhausen adiantou que buscou inspiração no
PP (Partido Popular) espanhol,
sigla conservadora do ex-premiê José María Aznar. Em
2004, Aznar tentou eleger Mariano Rajoy para sucedê-lo,
mas foi derrotado na esteira
dos atentados em Madri.
Ao transferir o comando do
partido a "um nome da nova geração", a intenção de Bornhausen é promover uma guinada
da sigla ao centro. Os favoritos
para presidir o PD são o deputado Rodrigo Maia (RJ) e o prefeito de SP, Gilberto Kassab. A
principal resistência ao nome
de Maia é o senador Antonio
Carlos Magalhães (BA).
Bornhausen deixou claro
quem continuará sendo o principal rival da sigla. "O PT está
discutindo o indulto ao Zé Dirceu, isso é mais importante do
que discutir sua refundação".
O processo de refundação do
PFL começou em 2005, com a
intenção de fazer decolar a pré-candidatura à Presidência do
prefeito do Rio, César Maia.
Sem sucesso, o PFL acabou se
unindo novamente ao PSDB.
Bornhausen não descartou
novas alianças com os tucanos,
mas disse ser "preciso caminhar com as próprias pernas".
O ex-senador também disse
não se preocupar com a crescente desidratação da bancada
na Câmara. "Enfrentamos a lipoaspiração do mensalão.
Quem quiser negociar, quiser
cargos, emendas, a porta está
aberta para sair", afirmou.
No ano passado, o PFL elegeu 65 deputados federais, mas
a bancada já está com 60 e pode
perder outros sete membros.
Outras mudanças no PFL serão a criação de um conselho
político, formado por Bornhausen, Marco Maciel (PE), José
Jorge (PE) e Hugo Napoleão
(PI). O Instituto Tancredo Neves se transformou na Fundação Liberdade e Cidadania.
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