UOL

São Paulo, domingo, 09 de março de 2003

Próximo Texto | Índice

PAINEL

Fôlego palaciano
O Planalto prepara um pacote de linhas de crédito de pelo menos R$ 2 bi, a serem liberados pelos bancos oficiais (Banco do Brasil, BNDES e Caixa) a pequenas e médias empresas. É mais uma tentativa do governo de gerar boas notícias em meio à crise econômica a fim de tentar preservar a popularidade de Lula.

A conferir
O pacote está sendo finalizado pela equipe econômica e deverá ser divulgado até o início de abril. Além de créditos para pequenas empresas, o governo pretende anunciar investimentos em saneamento, melhorias urbanas e habitação popular.

Choro de bebê
Piada que corre entre deputados "governistas" do PT: Agora que o partido tem 23 anos, é maior de idade há tempos e já tem autonomia, não precisa mais de babá (em alusão ao deputado da esquerda do PT).

Realidade e prática
Lula lançou um ano atrás seu programa de segurança pública. Previa, "a curto prazo, reformas profundas nas instituições policiais". O então candidato dizia que o Sistema Único de Segurança Pública dependia "fundamentalmente, da vontade política dos governantes".

Força de vontade
Em dois meses de governo, afora ações emergenciais como a do Rio, o governo ainda está na fase de "planejamento". Luiz Eduardo Soares (Segurança Pública), que já visitou 14 governadores para condicionar o envio de verbas a planos sistêmicos e não pontuais, prevê resultados de médio e longo prazo.

Conflito de competência
Ministros do STJ discordam de Francisco Fausto (TST), que defende projeto de expropriação das terras do empregador que mantenha empregados no regime de trabalho escravo. Dizem que a medida transferiria ao TST, inadequadamente, poder sobre matéria criminal.

Salva-vidas
ACM tem conversado frequentemente com Ciro (Integração Nacional) sobre o caso dos grampos ilegais. O senador pergunta como o governo está atuando no caso. E quer ajuda do amigo ministro, a quem apoiou na eleição presidencial, para tentar livrar seu pescoço.

Questão de feeling
Interlocutores de ACM revelam que o senador acha que há mais interesse em sua cassação no PFL e no PSDB do que na base governista. Para ele, os pefelistas querem logo sua cabeça para evitar que o partido se desgaste ainda mais. Já o governo não quer intervir para não perder os votos da bancada carlista.

Jogo de cena
O PFL começou campanha a fim de projetar Eli Corrêa como candidato à Prefeitura de SP. Mas não tem muitas esperanças de que o radialista emplaque. No fundo, quer mesmo é chegar com força à mesa de negociações da sucessão de Marta, quando deve fechar com o nome que Alckmin indicar.

Vingança de xerife
O grande entrave à estratégia do PFL-SP chama-se Romeu Tuma. O senador, descontente com a cúpula paulista do partido e com o governador Alckmin, disse a amigos que pode se candidatar à sucessão de Marta.

Nova tentativa
Documento assinado pela OAB-SP e outras associações de advogados defendendo a candidatura do desembargador do TJ-SP Antonio Cesar Peluzo para uma das vagas do STF será entregue a Lula em abril. Peluzo também contou com apoio de pesos pesados da advocacia em 2002, mas não ganhou a vaga.

Bloco ensaiado
Servidores públicos devem fazer um "arrastão" pelos gabinetes de deputados e senadores na próxima quarta-feira, a fim de pressioná-los contra a tramitação no Congresso do PL-9, que enquadra os novos servidores no teto de aposentadoria do INSS, atualmente em R$ 1.561.

TIROTEIO

De Celso Pitta, ex-prefeito de São Paulo, sobre Marta Suplicy reclamar das dificuldades em administrar a cidade:
- Agora, Marta reclama que é difícil ser prefeita. Mas antes, como todo o discurso do PT, era exatamente o contrário.

CONTRAPONTO

Telefone sem fio

No dia em que Marina Silva (PT-AC) comemorou seus 39 anos, em 8 de fevereiro de 1995, FHC pediu à sua secretária que telefonasse à então senadora para que ele a parabenizasse.
A tia de Marina, Matilde, de 68 anos, não entendeu direito quando a secretária de FHC falou quem estava na linha e, pensando se tratar de outro Cardoso, amigo íntimo da senadora há anos, gritou para a sobrinha:
- Marina, é o mama-na-égua ao telefone para você.
A atual ministra do Meio Ambiente, que estava em outro cômodo da casa, respondeu:
- Já estou indo. Pede para esperar um pouquinho.
Correu em direção ao telefone e disparou:
- Fala aí, ô macho velho!
Do outro lado da linha, a secretária respondeu, deixando a petista vermelha:
- Senadora, quem vai falar é o presidente da República.



Próximo Texto: Ajuste petista: "Plano B" é inexorável, mas ninguém sabe quando virá
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.