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Sereno nega ligação com ex-assessor
ELVIRA LOBATO
MURILO FIUZA DE MELO
DA SUCURSAL DO RIO
Apontado como o próximo alvo
de denúncias do governo Lula, o
assessor especial da Casa Civil
Marcelo Sereno partiu para a
ofensiva. Em entrevista à Folha,
ele negou envolvimento no caso
Waldomiro Diniz e disse que o
ex-secretário Nacional de Segurança Luiz Eduardo Soares mentiu quando declarou que o havia
informado sobre as suspeitas de
corrupção contra o ex-presidente
da Loterj (Loteria do Estado do
Rio de Janeiro).
Soares disse que em 2002, antes
de Benedita da Silva (PT) tomar
posse como governadora do Rio,
informou a Sereno e a outros dois
dirigentes do partido que Waldomiro estaria recebendo R$ 300 mil
por mês de empresários de bingo.
"Essa reunião nunca existiu",
sustentou Sereno. Segundo ele,
Soares fez a declaração por ressentimento, mas terá de explicá-la
quando for chamado para depor
na CPI da Assembléia Legislativa
do Rio que investiga as suspeitas
de irregularidades na Loterj e no
Rioprevidência (fundo de pensão
dos servidores estaduais). Soares
já aceitou a convocação para depor na CPI no dia 30.
Sereno afirmou que nunca teve
relacionamento pessoal com
Waldomiro e que continuará no
cargo na Casa Civil. Antes da crise, era dado como certo que ele
deixaria o cargo em março para
coordenar a campanha do deputado federal Jorge Bittar (PT) à
Prefeitura do Rio.
Waldomiro foi presidente da
Loterj por 14 meses no governo de
Anthony Garotinho e nos nove
meses do governo de Benedita da
Silva (de abril a dezembro de
2002). Sereno foi secretário-executivo da ex-governadora, tendo
sido responsável pelo acompanhamento dos principais contratos de obras e de convênios com
prefeituras e organismos internacionais. Ele disse que sua atuação
era política e que não influenciava
na liberação de pagamentos.
Apesar da convivência no governo estadual, Sereno disse que
só conheceu Waldomiro no final
de 2002, em Brasília, quando ambos fizeram parte da equipe de
transição para o governo Lula.
Ele também negou ter tido conhecimento das irregularidades
no Rioprevidência durante o governo de Benedita da Silva. Segundo o Tribunal de Contas do
Estado, em relatório divulgado na
semana passada, o fundo de pensão dos funcionários públicos sofreu prejuízo de R$ 31 milhões em
operações de compra e venda de
títulos públicos. Sereno disse que
já havia deixado a equipe de governo de Benedita quando aconteceu a maior parte das transações citadas pelo TCE.
O PT contratou um escritório
de assessoria de imprensa, no Rio,
para tentar preservar Sereno.
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