São Paulo, quinta-feira, 09 de março de 2006

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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/ HORA DA IMPUNIDADE

Devanir Ribeiro organiza comemoração para colega, prestigiada por ministro; membros de Conselho de Ética criticam absolvições

Luizinho ganha festa em casa de petista

Sérgio Lima/Folha Imagem
O deputado Prof. Luizinho é cumprimentado no plenário da Câmara depois de discursar na tribuna


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA

Após ter o processo de cassação recusado no plenário da Câmara, o deputado Professor Luizinho (PT-SP) participou de comemoração com familiares e amigos ontem à noite. O petista foi recebido no apartamento do colega Devanir Ribeiro (PT-SP).
Antes mesmo de concluída a votação, Luizinho já recebia abraços e cumprimentos de parlamentares aliados. Poucos colegas que estavam no plenário depois das 23h, quando foi divulgado o resultado final, chegaram a aplaudir rapidamente.
Já Luizinho havia deixado a Câmara antes mesmo de terminar a contagem dos votos. Seguiu direto para o apartamento de Ribeiro, onde foi recebido por familiares, vereadores e o prefeito de Santo André, João Avamileno (PT).
Outros colegas de partido passaram pelo apartamento, entre eles o ministro Luiz Marinho (Trabalho) e os deputados João Paulo Cunha (SP), Luiz Eduardo Greenhalgh (SP), além do líder do partido, Arlindo Chinaglia (SP).
O evento foi fechado à imprensa. "Não vou querer ficar fazendo festa com algo que não se pode festejar. Seria uma falta de sensibilidade", justificou Luizinho.
Ao comentar o processo de cassação, o deputado o considerou "muito violento". "Mas estava seguro de que a decisão seria a partir da realidade dos fatos. O que farei agora é retornar à normalidade, ao meu trabalho pelo Brasil e pelo meu Estado", afirmou ele.
Luizinho negou que tenha havido um "acordo" entre governo e oposição para que ele e o colega Roberto Brant (PFL-MG) escapassem da cassação ontem. "Os que disseram que houve um acordo são abutres", disse.
O deputado Julio Delgado, membro do Conselho de Ética, discorda: "A comprovação do acordo é mais do que tácita. Os deputados do PT e PFL trocaram cortesias e afirmaram ter votado pela absolvição. Está claro o acordo que deixa em xeque os trabalhos do conselho", afirmou.
"A Câmara é corporativista. Pode absolver. Vamos ver o resultado disto nas urnas em outubro."
O presidente do conselho, Ricardo Izar (PTB-SP), disse que o plenário da Câmara havia rompido a tradição de acompanhar o voto do conselho na absolvição de Romeu Queiroz (PTB-MG). "Isso [tradição] se quebrou", disse ele.


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