São Paulo, quinta-feira, 09 de março de 2006
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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/ HORA DA IMPUNIDADE Devanir Ribeiro organiza comemoração para colega, prestigiada por ministro; membros de Conselho de Ética criticam absolvições Luizinho ganha festa em casa de petista
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA Após ter o processo de cassação recusado no plenário da Câmara, o deputado Professor Luizinho (PT-SP) participou de comemoração com familiares e amigos ontem à noite. O petista foi recebido no apartamento do colega Devanir Ribeiro (PT-SP). Antes mesmo de concluída a votação, Luizinho já recebia abraços e cumprimentos de parlamentares aliados. Poucos colegas que estavam no plenário depois das 23h, quando foi divulgado o resultado final, chegaram a aplaudir rapidamente. Já Luizinho havia deixado a Câmara antes mesmo de terminar a contagem dos votos. Seguiu direto para o apartamento de Ribeiro, onde foi recebido por familiares, vereadores e o prefeito de Santo André, João Avamileno (PT). Outros colegas de partido passaram pelo apartamento, entre eles o ministro Luiz Marinho (Trabalho) e os deputados João Paulo Cunha (SP), Luiz Eduardo Greenhalgh (SP), além do líder do partido, Arlindo Chinaglia (SP). O evento foi fechado à imprensa. "Não vou querer ficar fazendo festa com algo que não se pode festejar. Seria uma falta de sensibilidade", justificou Luizinho. Ao comentar o processo de cassação, o deputado o considerou "muito violento". "Mas estava seguro de que a decisão seria a partir da realidade dos fatos. O que farei agora é retornar à normalidade, ao meu trabalho pelo Brasil e pelo meu Estado", afirmou ele. Luizinho negou que tenha havido um "acordo" entre governo e oposição para que ele e o colega Roberto Brant (PFL-MG) escapassem da cassação ontem. "Os que disseram que houve um acordo são abutres", disse. O deputado Julio Delgado, membro do Conselho de Ética, discorda: "A comprovação do acordo é mais do que tácita. Os deputados do PT e PFL trocaram cortesias e afirmaram ter votado pela absolvição. Está claro o acordo que deixa em xeque os trabalhos do conselho", afirmou. "A Câmara é corporativista. Pode absolver. Vamos ver o resultado disto nas urnas em outubro." O presidente do conselho, Ricardo Izar (PTB-SP), disse que o plenário da Câmara havia rompido a tradição de acompanhar o voto do conselho na absolvição de Romeu Queiroz (PTB-MG). "Isso [tradição] se quebrou", disse ele. Texto Anterior: Janio de Freitas: A hora do general Próximo Texto: Escândalo do "mensalão"/Palocci na mira: Motorista envolve Palocci na "casa do lobby" Índice |
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