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Marinha não vê heroísmo no episódio
DA SUCURSAL DO RIO
Até hoje a Marinha considera a Revolta da Chibata "uma rebelião ilegal,
sem qualquer amparo moral ou legítimo", sustenta o
Centro de Comunicação
Social da Marinha:
"A Revolta da Chibata,
ocorrida no ano de 1910,
sob a ótica desta Força
constitui-se em um triste
episódio da história do
país e da própria Marinha
do Brasil (MB), e sobre a
qual, hoje, dificilmente
podemos aquilatar, com
precisão, as origens e desdobramentos que antecederam aquela ruptura do
preceito hierárquico. A
MB sempre se pautou pela
firme convicção de que as
questões envolvendo
qualquer tipo de reivindicação obteriam a devida
compreensão, reconhecimento e respaldo para decisão superior, por meio
do exercício da argumentação e sobretudo do diálogo entre as partes, o que
é de fundamental importância para o pleno exercício da liderança e para o
estabelecimento de vínculos de lealdade. A despeito
dos fatos que motivaram
aquela crise, o movimento
não pode ser considerado
como "ato de bravura" ou
de "caráter humanitário".
Vidas foram sacrificadas,
material da Fazenda foi
danificado, a integridade
da capital foi ameaçada.
Esta Força entende que
outras formas de persuasão e de convencimento
não foram esgotadas pelos
amotinados, motivo pelo
qual considera a Revolta
da Chibata uma rebelião
ilegal, sem qualquer amparo moral ou legítimo,
não obstante a indesejável
e inadmissível quebra da
hierarquia. Na história do
Brasil, muitas questões ligadas a direitos humanitários obtiveram solução pelas vias legais, sem açodamento. A abolição da escravatura, assunto mais
abrangente e de importância maior na escala de valores nacionais, obteve
equacionamento de forma
gradual, inicialmente, por
meio de leis menores, que
foram se complementando, até atingir-se a lei definitiva, em maio de 1888.
Quaisquer que tenham
sido as intenções do sr.
João Cândido Felisberto e
dos demais amotinados
que o apoiaram, fazendo
uso do ideal do resgate da
dignidade humana, a MB
não reconhece heroísmo
nas ações daquele movimento. Os estudos oficiais
e fidedignos sobre o tema
sequer certificam o verdadeiro mentor da revolta".
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