|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
À revelia, Arruda é notificado sobre abertura de processo
Governador afastado do DF passa por exames em hospital; deputada da base aliada vai presidir CPI
LARISSA GUIMARÃES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governador afastado do
Distrito Federal, José Roberto
Arruda (sem partido), foi notificado ontem sobre a abertura
de processo de impeachment
contra ele, mesmo tendo se recusado a assinar o documento.
Dois procuradores da Câmara Legislativa compareceram à
superintendência da Polícia
Federal, onde Arruda está preso, para testemunhar a notificação e garantir o andamento
do processo de destituição.
A nova recusa de Arruda se
deu no mesmo dia em que ele
foi levado a um hospital, após
queixar-se de dores na perna e
no tornozelo direito. Seu quadro de saúde poderá embasar
um eventual pedido de prisão
domiciliar, por exemplo.
O advogado Nélio Machado,
que defende o governador, disse ontem que, "por ora", não
considera essa alternativa -a
defesa, porém, apresentou pedido para que ele seja acompanhado por seu médico pessoal.
A PF informou que a ultrassonografia não teria detectado
lesão grave. O resultado de exames complementares deve sair
hoje. No fim do 2009, o governador afastado passou por uma
cirurgia no tornozelo. Ele também sofreria de diabetes.
Arruda é apontado pela Polícia Federal como o comandante de um esquema de distribuição de propina, que ficou conhecido como mensalão do
DEM. Ele foi preso sob o argumento de que interferia no andamento das investigações.
"Nós o notificamos buscando
referência em duas testemunhas", disse o deputado Batista
das Cooperativas (PRP).
CPI
A CPI da Corrupção, encarregada de apurar denúncias no
governo do DF, voltou a ser comandada por aliados do governador. Ex-secretária de Arruda,
a deputada Eliana Pedrosa
(DEM) foi escolhida presidente
da comissão. A relatoria, contudo, ficou com o oposicionista
Paulo Tadeu (PT). Dos 5 integrantes, 3 são da base aliada.
Amanhã, Paulo Tadeu deverá
definir o cronograma e os depoimentos da CPI. Ele havia
tentado chamar o pivô do escândalo, Durval Barbosa, que
pediu mais tempo para depor.
Já na Comissão de Constituição e Justiça, o pedido de abertura de ação penal pelo Superior Tribunal de Justiça deve
ser lido hoje, mas não poderá
ser votado de imediato. Arruda
terá dez dias para se defender.
Texto Anterior: Caso Bancoop: Assembleia paulista convoca CPI hoje Próximo Texto: Foco: Jornalista colecionador de documentos sonoros quer doar ou digitalizar acervo Índice
|