São Paulo, terça-feira, 09 de março de 2010

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À revelia, Arruda é notificado sobre abertura de processo

Governador afastado do DF passa por exames em hospital; deputada da base aliada vai presidir CPI

LARISSA GUIMARÃES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), foi notificado ontem sobre a abertura de processo de impeachment contra ele, mesmo tendo se recusado a assinar o documento.
Dois procuradores da Câmara Legislativa compareceram à superintendência da Polícia Federal, onde Arruda está preso, para testemunhar a notificação e garantir o andamento do processo de destituição.
A nova recusa de Arruda se deu no mesmo dia em que ele foi levado a um hospital, após queixar-se de dores na perna e no tornozelo direito. Seu quadro de saúde poderá embasar um eventual pedido de prisão domiciliar, por exemplo.
O advogado Nélio Machado, que defende o governador, disse ontem que, "por ora", não considera essa alternativa -a defesa, porém, apresentou pedido para que ele seja acompanhado por seu médico pessoal.
A PF informou que a ultrassonografia não teria detectado lesão grave. O resultado de exames complementares deve sair hoje. No fim do 2009, o governador afastado passou por uma cirurgia no tornozelo. Ele também sofreria de diabetes.
Arruda é apontado pela Polícia Federal como o comandante de um esquema de distribuição de propina, que ficou conhecido como mensalão do DEM. Ele foi preso sob o argumento de que interferia no andamento das investigações.
"Nós o notificamos buscando referência em duas testemunhas", disse o deputado Batista das Cooperativas (PRP).

CPI
A CPI da Corrupção, encarregada de apurar denúncias no governo do DF, voltou a ser comandada por aliados do governador. Ex-secretária de Arruda, a deputada Eliana Pedrosa (DEM) foi escolhida presidente da comissão. A relatoria, contudo, ficou com o oposicionista Paulo Tadeu (PT). Dos 5 integrantes, 3 são da base aliada.
Amanhã, Paulo Tadeu deverá definir o cronograma e os depoimentos da CPI. Ele havia tentado chamar o pivô do escândalo, Durval Barbosa, que pediu mais tempo para depor.
Já na Comissão de Constituição e Justiça, o pedido de abertura de ação penal pelo Superior Tribunal de Justiça deve ser lido hoje, mas não poderá ser votado de imediato. Arruda terá dez dias para se defender.


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