São Paulo, segunda, 9 de março de 1998

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Painel




Chato no ouvido

Os governistas do PMDB não tiveram piedade. Puseram um militante sentado bem atrás de Itamar, que estava à mesa diretora da convenção. Por uma hora e meia o sujeito gritou sem parar: "Vai pra casa, Itamar".


Encrencas de A a Z
Com a vitória na convenção, o PMDB governista começa a negociar já os lugares no comando da reeleição e as alianças nos Estados. FHC insinua que deseja o PMDB como contraponto ao PFL de ACM e ao PPB de Maluf.


Será que tem peito?

Além de facilitar eventual vitória no 1º turno, FHC diz a interlocutores ser importante o apoio do PMDB para equilibrar a força entre seus aliados. Leia-se: está incomodado com o carimbo de que ACM e o PFL mandam nele.


Pedra no caminho

Caciques do PMDB governista avaliam que precisam se aliar ao PSDB para fazer frente ao PFL e ao PPB, que também apóiam FHC. Mas há um entrave forte: tucanos e peemedebistas sonham em presidir a Câmara.


A gente somos estúpido
O líder dos camisas-amarelas (jagunços ligados a expoentes do PMDB governista) alertava os companheiros ontem: "Os caras do MR-8 estão armando, mas a gente que somos (sic) do jiu-jitsu se defende".


Bolacha doída

Sandro Mabel (PMDB-GO), que se solidarizou com Sérgio Naya e depois se arrependeu, dizia ontem: "O meu pessoal não é do jiu-jitsu, é só da bolacha". Mabel fabrica biscoitos.


Não é comigo

Paes de Andrade, que teve ajuda da segurança da Câmara para pôr a claque oposicionista no plenário da convenção do PMDB, gritava ao microfone, na hora da briga: "E a segurança?"


Relações difíceis

O governador Antônio Britto (RS) se reuniu com Raul Jungmann (Política Fundiária) e Milton Seligman (Incra). Para tentar pôr fim ao tiroteio entre eles.

Tese de ocasião

FHC disse a auxiliares que não acha bom transformar secretários-executivos em ministros agora. É que num segundo mandato ele terá que acomodar políticos nos ministérios e teria que demitir os ministros-tampão.


Eternos segundos

O curioso nesse raciocínio é que FHC considera os mesmos secretários-executivos que não pretende promover os mais competentes de sua equipe. Os melhores nunca serão os primeiros se não tiverem padrinho.


Marcha a ré

Clóvis Carvalho (Casa Civil) e Covas (SP) jogam juntos para tirar das prefeituras e entregar aos detrans a inspeção de emissão de poluentes por veículos. A medida detonaria programa da prefeitura paulista que movimentará R$ 700 mi em 10 anos.


Cianureto

O governador Marcello Alencar (PSDB-RJ) tem se divertido fingindo confusão ao chamar seu adversário Cesar Maia (PFL) de "Cesar Naya". Corrigido, ele explica: "Eu associo os dois por causa das obras frágeis".
EM

Só para chatear
Presidente da CUT-DF, José Zunga tenta entrar para o livro de recordes. Após irritar ACM ao armar uma ratoeira em frente ao Congresso, encomendou um judas gigante de FHC para malhar no sábado de Aleluia.


Trabalho reconhecido

Os organizadores do "Prêmio Porcolino", concedido aos políticos que mais sujam São Paulo durante as eleições, vão dar uma versão especial do galardão para a administração de Pitta. Pelo "conjunto da obra".


Cheio de amigos

Quércia sofre pressões de duas alas do PMDB para deixar a disputa pelo governo paulista e sair para a Câmara: seus aliados querem um puxador de votos, e os governistas estão loucos para apoiar a reeleição de Covas.

TIROTEIO

De Jader Barbalho, líder do PMDB no Senado, sobre Paes de Andrade manobrar para votar um recurso quando não houvesse mais quórum, o que permitiria a ele continuar a presidir a sigla, mesmo perdendo a convenção para os aliados de FHC:
- É coisa de moleque. Voltou a ser o Mombaça, bem de acordo com sua estatura moral. À essa altura, não deveria estar preocupado em preservar seus empreguinhos no PMDB, mas em pegar o chapéu e ir embora.



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