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Capiberibe quer que PSB apóie Lula
MURILO FIUZA DE MELO
DA SUCURSAL DO RIO
O ex-governador do Amapá
João Capiberibe (PSB) disse ontem que a candidatura de Anthony Garotinho à Presidência da
República "não representa o PSB
na sua essência, mas um desejo
pessoal".
Ele defendeu a saída de Garotinho da disputa, em favor de uma
aliança da oposição em torno de
Luiz Inácio Lula da Silva (PT),
com a condição de que haja "um
programa sólido de governo".
"Lula é quem reúne as melhores
condições [para ser o candidato
da oposição", não só por causa da
preferência eleitoral, mas em função da estrutura do PT, que é nacional. Não dá para ignorar essas
coisas", disse Capiberibe, que renunciou na sexta-feira para concorrer ao Senado.
Capiberibe disse que pedirá à
direção nacional do PSB uma reavaliação da decisão de manter a
candidatura própria a presidente.
Ele criticou a estratégia adotada
pelo ex-governador do Rio de eleger o candidato petista como seu
principal adversário.
"Garotinho tenta afastar, distanciar, as bases do PT e do PSB. É
preciso, primeiramente, escolher
nossos adversários, e o PT nunca
foi adversário do PSB", afirmou.
Garotinho, que viajou para local
não revelado por sua assessoria,
não foi encontrado para comentar as declarações de Capiberibe.
É a primeira vez que uma liderança nacional do PSB faz críticas
públicas a Garotinho. Até então,
apenas a deputada federal Luiza
Erundina (SP) tinha se mostrado
refratária à candidatura própria,
mas em nenhum momento atacou Garotinho ou defendeu sua
saída da disputa.
Desde que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) decidiu, no mês
passado, vincular alianças regionais à coligação nacional, cresce
entre os socialistas a preocupação
com a viabilidade eleitoral do partido. Antes da verticalização, o
PSB estimava eleger 50 deputados. Hoje, essa previsão caiu à
metade. A legenda, porém, ainda
aguarda uma manifestação do
STF (Supremo Tribunal Federal)
sobre a resolução do TSE.
Na avaliação de Capiberibe, a
verticalização isolou o PSB, que,
por ser um partido pequeno, não
terá condições de manter uma
candidatura própria caso as regras do jogo eleitoral não sejam
modificadas.
"A candidatura [de Garotinho"
está isolada. Ainda não conseguimos formar uma aliança que nos
tire desse isolamento e viabilize
boas bancadas no plano federal e
nos Estados. A situação está muito delicada", disse.
O ex-governador do Amapá
mostrou-se particularmente irritado com a iniciativa de Garotinho de procurar lideranças do
PFL e representantes da família
Sarney. Segundo Capiberibe, isso
"confunde" a opinião pública e o
eleitorado do PSB.
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