São Paulo, domingo, 09 de abril de 2006

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PAINEL

Sem rodeios 1
A oposição já busca na sociedade civil um nome para encabeçar o pedido de impeachment de Lula, assim como Barbosa Lima Sobrinho fez com Fernando Collor. A revelação da participação de Márcio Thomaz Bastos no "caseirogate" retirou as últimas reservas sobre o assunto.

Sem rodeios 2
"Somada a outros indícios, a violação do sigilo pode redundar, sim, em um processo por crime de responsabilidade", diz o presidente do PFL, Jorge Bornhausen. Miguel Reale Jr., ex-ministro da Justiça de FHC, e o jornalista Boris Casoy estão cotados para subscrever a peça.

Para ontem
A primeira providência da oposição será antecipar para esta semana a ida do ministro da Justiça ao Congresso. Renan Calheiros (PMDB-AL) chega hoje à Brasília disposto a realizar a sabatina até quarta-feira.

Novo endereço
Pelo plano inicial do presidente do Senado, Thomaz Bastos será ouvido no plenário da Casa. "Mas, diante dos fatos novos, o foro ideal para ele falar deverá ser a CPI dos Bingos", defenderá Álvaro Dias (PSDB-PR).

Marco zero
Uma linha de investigação da PF aponta o Serpro como origem da informação de que Francenildo Costa era correntista da Caixa, ponto de partida para a violação do sigilo do caseiro.

Homem da república
O serviço de processamento do governo federal, que armazena dados dos correntistas dos bancos estatais, é chefiado por Wagner Quirici, amigo de Antonio Palocci e seu ex-auxiliar na Prefeitura de Ribeirão Preto.

Disco rígido
Por ora, o Serpro é uma hipótese, que nos bastidores do governo convive com outra mais explosiva: a de que a informação sobre a conta do caseiro na Caixa tenha sido levantada diretamente no Banco Central.

Mais gente
Há muito Palocci tinha um pé atrás com Jorge Mattoso. Quem conheceu bem a relação entre os dois acha improvável que o então ministro tenha recorrido apenas ao presidente da Caixa para investigar Francenildo.

Alta combustão
Ao ignorar o clamor do PT e encerrar a CPI dos Correios com o relatório que atestou o mensalão, Delcídio Amaral atraiu ira semelhante à dedicada a Eduardo Suplicy. Sexta, na reunião da Executiva Nacional, a dupla ganhou um apelido: "Suicídio".

Na cabeça
Consulta informal à bancada do PFL na Câmara não deu nem José Agripino (RN) nem José Jorge (PE): o senador escolhido pela maioria dos deputados para compor a chapa com Geraldo Alckmin é o presidente da sigla, Jorge Bornhausen (SC).

Martelo na mão
Bornhausen, que queria ser vice se o candidato tucano fosse José Serra, desistiu da idéia. Mas a preferência manifestada pelos deputados aumenta sua legitimidade para arbitrar a escolha. E seu preferido é José Jorge.

Tabuleiro completo
Um aliado de Lula explica seu ceticismo em relação à possibilidade de coligações com os petistas nos Estados: "O PT não dá guarida a ninguém. Eles têm candidato a tudo: rei, rainha, príncipe, princesa... Até papa".

Janela de oportunidade
Enquanto peemedebistas interessados em preservar seus palanques estaduais não conseguem enterrar de vez a candidatura própria à Presidência, Anthony Garotinho vai ficando. O programa nacional do partido, em 11 de maio, será de novo usado pelo ex-governador do Rio.

TIROTEIO

Do líder da bancada do PFL na Câmara, Rodrigo Maia (RJ), sobre o esforço governamental para que Márcio Thomaz Bastos somente preste esclarecimentos ao Congresso depois dos feriados da Páscoa:
-Até o ministro da Justiça marcar o dia não haverá trégua. Se ele está tentando ganhar tempo, pode ter a certeza de que vamos marcar sob pressão.

CONTRAPONTO

Escalação de elenco

Na segunda-feira passada, assessores de Lula e integrantes do cerimonial do Palácio do Planalto se reuniram com representantes da Ford, em Salvador, para acertar detalhes da visita que o presidente da República faria à montadora no dia seguinte.
Geraldo Magela, da "Secretaria Nacional de Estudos e Pesquisas Político-Institucionais", recomendou que próximo ao palanque fossem colocados alguns afrodescendentes.
Aparentemente se esquecendo de que estava na Bahia, o assessor explicou aos presentes a preocupação do Planalto em evitar que, nas imagens do evento, aparecessem apenas pessoas de cor branca assistindo ao discurso de Lula. Ao que um funcionário da empresa prontamente respondeu:
-Não se preocupe. Aqui 80% da população é afrodescendente, e isso está representado nos quadros da Ford.


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