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PF está "pronta para guerra" em reserva, afirma delegado
Responsável por retirada de não-índios da Raposa/Serra do Sol diz que eles terão de sair
Outros 45 homens da Força Nacional de Segurança chegaram ontem ao local para a operação, que pode ser deflagrada em 48 horas
ANDREZZA TRAJANO
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA,
EM BOA VISTA
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BOA VISTA
O delegado da Polícia Federal que vai comandar a retirada
dos habitantes não-índios da
terra indígena Raposa/Serra do
Sol (nordeste de Roraima), Fernando Segóvia, afirmou ontem
que vai tentar uma última negociação com os que resistem à
retirada da região, mas disse
que, se for preciso, a PF está
pronta para a "guerra".
Anteontem à noite, o governador de Roraima, Anchieta
Júnior (PSDB), se reuniu com a
cúpula da operação da PF a
portas fechadas e afirmou que a
PF deu 48 horas para que os
não-indígenas -arrozeiros,
principalmente- desocupem a
área de forma pacifica. A PF negou que haja uma data definida.
"Temos que nos preparar da
maneira mais apropriada para
entrar numa guerra, e, se o que
alguns estão plantando é a
guerra, nós só temos um recado
a mandar: eles têm que sair da
terra indígena de qualquer maneira", afirmou Segóvia.
Sem dar um dia exato, Segóvia afirmou que a PF está pronta para o início da operação,
que depende apenas do de-
senrolar de uma última negociação, para evitar um confronto com os manifestantes.
"Há uma negociação formal,
já foram feitos alguns contatos
e a gente espera nas próximas
horas fazer mais contatos e, se
possível, uma saída pacifica",
disse, sem revelar quem estaria
do outro lado da negociação.
O superintendente da Polícia
Federal em Roraima, José Maria Fonseca, disse que o governo federal está aberto ao diálogo, até mesmo sobre rever o valor das indenizações, mas que
não cabe à PF contestá-las. "Se
dizem que o valor da indenização não é justo, que busquem a
Justiça", disse Fonseca.
Segundo o delegado Segóvia,
o presidente da Associação dos
Rizicultores de Roraima, Paulo
César Quartiero, contratou pistoleiros, até mesmo da Venezuela, para apoiar as manifestações. A Folha não conseguiu
falar ontem com Quartiero.
Segóvia disse ainda que prepara a prisão de líderes dos
protestos realizados nas últimas semanas em Roraima.
"Vou prender toda a quadrilha." Ele afirmou que serão
presas todas as pessoas envolvidas nas ações de destruição
de pontes, bloqueios de estradas, fabricação e arremesso de
bombas caseiras.
Ontem chegaram ao local
mais 45 homens da Força Nacional de Segurança.
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