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QUESTÃO AGRÁRIA
Andrea Matarazzo diz que nota da Fundação Padre Anchieta que o acusa de censura é "equivocada"
Conselho da Cultura critica veto a Stedile
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta, da qual faz
parte a TV Cultura, considerou,
por unanimidade, "inoportuna e
inconstitucional" a intervenção
do ministro da Secretaria de Comunicação de Governo, Andrea
Matarazzo, no programa "Opinião Brasil", na sexta passada.
O ministro não deixou que uma
entrevista com João Pedro Stedile,
dirigente do MST, fosse ao ar em
rede nacional pela TV Educativa.
"Opinião Brasil" é produzido
pela TV Cultura, em São Paulo, e
retransmitido por meio da TVE
para Brasília e Rio de Janeiro.
Por meio de uma nota oficial, o
conselho afirmou que considerou
a atitude do ministro "atenta contra a liberdade de imprensa". "É
importante destacar que o fundamento do regime democrático é o
respeito às liberdades públicas,
cabendo às autoridades promovê-las e assegurá-las", segundo a
nota oficial.
O conselho é responsável pela
aprovação de medidas propostas
pela editoria executiva da fundação. É formado por 46 pessoas
que representam diferentes segmentos da sociedade. A primeira-dama Ruth Cardoso fez parte do
conselho de 84 até 96.
Na votação que foi realizada na
manhã de ontem compareceram
24 conselheiros, inclusive o presidente da fundação, Jorge da Cunha Lima.
Entre os que participaram da
reunião, estavam presentes o secretário de Estado da Cultura,
Marcos Mendonça, a escritora
Ruth Rocha, e o secretário municipal de Cultura, Rodolfo Konder.
Não compareceram à reunião a
secretária de Educação de São
Paulo, Rose Neubauer e o diretor-geral da ANP (Agência Nacional
do Petróleo), David Zylbersztajn,
além do ex-ministro Luiz Carlos
Bresser Pereira.
A assessoria de Matarazzo, afirmou ontem que ele considerou
"equivocada" a nota.
Segundo ele, a TVE -subordinada à sua pasta- não tem obrigação de transmitir todos os programas gerados pela Cultura.
Matarazzo disse ainda que não
foi a primeira vez que a TV Educativa deixou de exibir programas
gerados pela TV Cultura. Segundo sua assessoria, o ministro não
conversou com o presidente Fernando Henrique Cardoso sobre o
veto e considerou o caso "encerrado".
O porta-voz da Presidência,
Georges Lamazière, afirmou ontem que o presidente não foi informado previamente do veto.
José Rainha Júnior, líder do
MST, comentou o caso ontem e
disse que FHC não tem mais "moral" para falar em democracia.
"Primeiro ele vem com Lei de
Segurança Nacional e agora com a
censura à entrevista. O que falta
mais para a ditadura? Nada", disse Rainha. Ele reafirmou que o
MST vai recrudescer suas ações.
Colaborou a Agência Folha, em Salvador
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