São Paulo, quarta-feira, 09 de maio de 2001

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PARANÁ

Caso inclui ex-assessor de Lerner

Promotores apreendem material para grampos

DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério Público do Paraná apreendeu na noite de segunda-feira uma central telefônica com capacidade de interligar 5 mil ramais na casa de Gilberto Maria Gonçalves, ex-chefe de telefonia da sede do governo paranaense.
Na casa de Edgard Fontoura Filho, ex-chefe de segurança da Telepar Brasil Telecom, foram encontrados documentos confidenciais da companhia telefônica do Paraná, equipamentos de varredura e instalação de grampos telefônicos e rádios que podem captar ligações de telefones celulares.
O flagrante reforça a suspeita da participação de funcionários de confiança do governo paranaense na instalação de escutas ilegais.
Na semana passada, Gonçalves foi acusado pelo cabo da PM Luiz Antônio Jordão de instalar grampos telefônicos. Em depoimento à CPI estadual da Telefonia, Jordão disse que Gonçalves agia por ordem do chefe de gabinete do governador Jaime Lerner (PFL), Gerson Guelmann.
O cabo e o soldado da PM Afrânio de Sá foram afastados da Casa Militar em abril, acusados de participar da montagem de uma escuta telefônica na distribidora de combustíveis Ocidental, no município de Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba.
Horas antes da visita dos promotores à casa de Fontoura, ele e seu sócio na empresa Defense, Jefferson Storrer, foram demitidos da Telepar. Em nota oficial, a companhia considerou o fato de eles serem donos da Defense "incompatível" com atribuições dos ex-funcionários no setor de segurança da Telepar. Storrer era auxiliar administrativo da empresa.
A Defense, que oficialmente presta serviços de varredura de grampos, é suspeita de ter instalado escuta ilegal nos telefones do gabinete da ex-secretária estadual de Administração Maria Elisa Paciornik, em 1999. Na época, Gonçalves, o cabo Jordão e o soldado Sá foram designados pela Casa Militar para localizar o grampo, confirmado pela Telepar.
(RONALD FREITAS)


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