|
Texto Anterior | Índice
QUESTÃO AGRÁRIA
Pastoral também é acusada; coordenador do movimento diz que eles "até varreram o pátio antes de sair"
Incra acusa MST de depredar prédio em PE
MILENA ANDRADE
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA
Integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra) e da Comissão Pastoral da
Terra (CPT) estão sendo acusados pelo superintendente do Incra em Pernambuco, Geraldo Eugênio de França, de terem depredado o prédio e promovido saques nos dois dias em que permaneceram no instituto, em Recife.
"Nunca tinha visto uma loucura
dessas. Foi um comportamento
primitivo e os responsáveis terão
que responder judicialmente.
Bandido se trata como bandido."
Nos dois edifícios anexos à superintendência, a Polícia Federal
encontrou, em vistoria realizada
ontem, portas arrancadas, janelas
quebradas, documentos espalhados e depósitos saqueados.
O levantamento foi feito para
abertura de inquérito contra o
coordenador do MST no Estado,
Jaime Amorim, o sem-terra Antonio Francisco da Silva e a integrante da CPT Marluce Melo.
Outro lado
O MST apresentou nota dizendo a direção do Incra foi irresponsável quando deixou o prédio sem
seguranças ou qualquer comando
administrativo.
"Desde o início alertamos para
esse abandono. Assumimos determinada parte no ocorrido porque eram 1.500 trabalhadores",
disse Amorim. Mas ele afirma que
os integrantes do MST e do CPT
não praticaram vandalismo.
"Até varremos o pátio antes de
sair. Quem tomou conta do prédio quando saímos foi a polícia, o
que aconteceu lá depois é de responsabilidades deles e do Incra",
diz Amorim, que acha que tudo
pode ter sido uma armação. Apesar de dizer que os integrantes
não praticariam tal ato, ele afirma
que "o povo tem motivos para ter
raiva do Incra".
A acusação de que a polícia pode ter depredado o prédio para incriminar o MST é contestada pelo
superintendente adjunto do Incra, Roberto Rodrigues.
"Estive lá assim que o prédio foi
esvaziado e presenciei a destruição. Além disso, só havia aqui os
porteiros. A polícia só esteve aqui
na manhã do dia seguinte."
A invasão ocorreu na segunda
para forçar uma reunião com a
superintendência. A negociação
acabou não ocorrendo porque
não houve acordo para a desocupação do prédio, que ocorreu anteontem à noite.
Texto Anterior: Panorâmica - Sem-Terra: Rainha depõe e afirma que não é dono de arma Índice
|