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PT SOB SUSPEITA
Comissão da Câmara dos Deputados quer ouvir investigados
Caso Sto. André "migra" para Brasília
EDUARDO SCOLESE
DA AGÊNCIA FOLHA
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
Após passar cinco meses nas
mãos de vereadores da base de
sustentação petista, as investigações legislativas sobre supostas irregularidades na Prefeitura de
Santo André já têm o seu próximo
destino: a Câmara dos Deputados, em Brasília, mais precisamente a CFFC (Comissão de Fiscalização Financeira e Controle).
Anteontem, a pedido do deputado André Luiz (PMDB-RJ), a
comissão aprovou a realização de
uma audiência pública para investigar as denúncias que pesam
contra pessoas próximas à prefeitura por formação de quadrilha e
extorsão de empresários.
A Câmara irá convidar (a presença não é obrigatória) cinco
pessoas ligadas ao caso: a empresária Rosângela Gabrilli, que denunciou suposto esquema de propina; o empresário Sérgio Gomes da Silva, que estava com Celso Daniel (prefeito da cidade assassinado em janeiro de 2002)
quando ele foi sequestrado; o promotor criminal José Roberto Wider; o prefeito da cidade, João
Avamileno (PT), e o presidente da
CPI, Antonio Leite (PT).
Dos que serão convidados, apenas Avamileno não confirmou
sua presença. Segundo sua assessoria, ele primeiro quer receber
formalmente o convite e analisar
o objetivo da comissão.
O PT, porém, já está se mexendo para impedir a transferência
do caso para Brasília. Ontem o deputado João Magno (PT-MG),
um dos membros da comissão,
apresentou recurso à Mesa da Câmara alegando a inconstitucionalidade da audiência. "É uma questão política", disse Magno. Autor
do pedido, o deputado André
Luiz nega a motivação política e
diz que sua intenção partiu de
uma "investigação sigilosa" sobre
repasses de verbas federais -caso desconhecido da Promotoria.
Um dos que denunciaram o suposto esquema, o médico João
Francisco Daniel, irmão do prefeito assassinado, diz que tomou
conhecimento do caso durante
uma conversa em que Gilberto
Carvalho (ex-secretário de Governo da cidade e hoje chefe de gabinete de Lula) lhe contou "que R$ 1,2 milhão da propina foi entregue" ao então presidente do PT,
José Dirceu (hoje ministro-chefe
da Casa Civil). Gilberto e Dirceu
negam as acusações.
O advogado Adriano Salles
Vanni declarou ontem que, "em
princípio, não há problemas" de
Sérgio Gomes aceitar o convite da
comissão [de fiscalização]".
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