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SISTEMA FINANCEIRO
Presidente Bello Parga e relator João Alberto estiveram no Planalto pedindo verbas para seu Estado
Cúpula da CPI pede dinheiro para MA
LUCAS FIGUEIREDO
da Sucursal de Brasília
Os ocupantes
dos principais
postos da CPI
dos Bancos -o
relator, João Alberto (PMDB-MA), e o presidente, Bello Parga (PFL-MA)- estiveram no Palácio do Planalto na quarta-feira
passada pedindo verba de R$ 60
milhões para o Maranhão.
A solicitação aconteceu sete horas antes de o deputado Aloizio
Mercadante (PT-SP) depor na CPI.
Mercadante tentou, sem sucesso,
convencer os membros da comissão a mudar o rumo das investigações e passar a apurar se banqueiros receberam informação privilegiada de funcionários do Banco
Central sobre a desvalorização do
real, em janeiro passado.
Após a audiência no Planalto,
que durou das 12h até quase as 15h,
o relator voltou ao Senado. Às 19h,
participou da sessão na qual Mercadante depôs e criticou as denúncias feitas pelo deputado. Bello
Parga não dirigiu a sessão porque
está afastado temporariamente da
CPI por problemas no coração,
tendo cedido o posto ao tucano José Roberto Arruda (DF).
Naquele dia, João Alberto afirmou que, "se não surgirem fatos
novos, 120 dias pode ser até muito
tempo" para os trabalhos da CPI.
Uma semana antes, o senador falava que a comissão precisaria dos
120 dias e mais 60.
Dois participantes da audiência
relataram à Folha como foi a visita
dos dirigentes da CPI ao Planalto.
Liderada por João Alberto, Bello
Parga e pelo senador Edison Lobão
(PFL), que falavam em nome da
governadora do Estado, Roseana
Sarney (PFL), a comitiva se reuniu
com o ministro Ronaldo Sardenberg (Projetos Especiais). Deputados maranhenses também estavam presentes.
A comitiva foi recebida pelo ministro em seu gabinete, no quarto
andar do Planalto. No piso abaixo,
está instalado o presidente Fernando Henrique Cardoso.
Não se falou da CPI dos Bancos
em nenhum momento. Mas os senadores argumentaram ao ministro que o governo federal precisa
investir na base de lançamento de
foguetes de Alcântara (MA).
Pediram que fossem liberados
recursos para finalizar as obras da
estrada que leva ao município e do
porto de carga e de passageiros, estimadas em R$ 60 milhões.
Sardenberg concordou que as
obras são necessárias e afirmou
aos presentes que 800 satélites de
comunicação de baixa órbita serão
lançados no mundo até 2004.
Sardenberg disse que levará o assunto ao presidente FHC.
²
Outro lado
O senador Bello Parga disse que
não considera impróprio ter ido à
reunião, "pois tratava-se de uma
comitiva do Maranhão, com três
senadores e sete deputados federais do Estado".
"Não fomos tratar com o presidente Fernando Henrique Cardoso nem com o Pimenta da Veiga
(ministro das Comunicações, que
também é articulador político)."
O senador João Alberto estava no
Rio na sexta-feira passada. A Folha
fez contato no celular dele por volta de 12h, mas a ligação caiu. A assessoria do senador foi informada
da reportagem e disse que não
conseguiu contato com ele. Sem
sucesso, a reportagem tentou falar
novamente com o relator.
A assessoria do ministro Sardenberg disse que o governo "está buscando o suporte financeiro" para
as obras reivindicadas pela bancada maranhense.
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