|
Próximo Texto | Índice
Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Vai, mas não racha
O PT deve fechar questão na semana que vem pelo
voto em lista fechada -ou uma variação dela- e pelo
financiamento público de campanhas, os dois temas
mais polêmicos da reforma política, mas, diferentemente do que ocorreu na reforma da Previdência, em
2003, e no Colégio Eleitoral, em 1985, ninguém deve
ser expulso da legenda por discordar da cúpula.
Enquanto alguns deputados, como o baiano Sérgio
Carneiro, já anunciam desobediência caso sejam
obrigados a encampar o voto em lista, há quem trabalhe por uma alternativa à radicalização. "Entre nossa
posição e o que vai a voto há uma diferença enorme",
diz um dirigente, para quem a divisão de todos os demais partidos sobre o tema diluirá a cizânia petista.
Lastro. Do corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), para um grupo de colegas
de Casa logo após a reunião do
Conselho de Ética que decidiu
pela abertura de processo
contra Renan Calheiros
(PMDB-AL): "O Renan provou que tem renda para sustentar até dez Mônicas".
Já ganhou. Na mesma
conversa, Tuma e os peemedebistas Valdir Raupp (RO) e
Wellington Salgado (MG) fizeram uma projeção segundo
a qual, hipoteticamente, se o
pedido de cassação de Renan
fosse ao plenário, o presidente do Senado seria absolvido
por um placar de 78 a 3.
A calhar 1. Apontado como um dos líderes da máfia
dos caça-níqueis no país pela
Polícia Federal, Nilton Servo
obteve vaga na Assembléia do
Paraná, no início dos anos 90,
após um deputado eleito por
sua coligação tirar licença de
121 dias -um dia a mais do
que um parlamentar poderia
ficar fora sem ser substituído.
A calhar 2. Na época, Servo, que era o primeiro suplente do PTB, já respondia a processos, e passou a contar com
foro privilegiado quando assumiu a cadeira de deputado.
Murchando. O governo
não deve ter muito trabalho
para esvaziar a CPI da Navalha. Na já minguada lista de
173 assinaturas, há um rabisco que ninguém consegue
identificar. Além disso, a relação dos que já concordaram
em riscar seus nomes do requerimento chegava a dez ontem, e a idéia é chegar a 15.
De volta ao foco. O Tribunal de Contas da União deve iniciar nos próximos dias
nova auditoria na Infraero,
desta vez para verificar a aplicação de taxas e tarifas cobradas de passageiros e concessionários de aeroportos.
Má notícia. Pesquisa feita
para o Democratas pelo instituto GPP mostra que 78,9%
dos entrevistados dão ao governo Lula nota superior a 5.
Para 38,2%, sua gestão mereceria de 8 a 10. Só 19,1% deram
entre 0 e 4. Na média, a nota
do presidente ficou em 6,39.
É a economia. A área
mais bem avaliada do governo, diz a pesquisa do DEM, é a
econômica, com nota 6,35. A
pior é a segurança, com 3,82.
Lula tem as melhores avaliações no Nordeste (7,37) e entre os que ganham até dois salários mínimos (7) e que têm
até o primeiro grau (7,1).
Neoverdes. Os tucanos
realizam na segunda um seminário sobre meio ambiente
no Rio. Para atualizar o programa do partido sobre o tema tiveram de recorrer a um
ex-filiado, Fábio Feldman,
que trocou a legenda pelo PV.
Na geral. Pesquisa da TV
Globo para o programa "Esporte Espetacular" que vai ao
ar amanhã mostra que a bancada flamenguista é a maior
da Câmara, com 78 deputados-torcedores. Corinthians e
Fluminense empatam em segundo: são preferidos por 33
parlamentares cada um.
Barulho. Depois de comandar dois protestos em abril e
um em maio, a CUT prepara
nova manifestação para julho
contra a Emenda 3 e o projeto
do governo que limita a evolução de gastos com servidores.
Tiroteio
"A CPI da Navalha ainda está
viva, mas respira por aparelhos".
Do deputado JÚLIO DELGADO (PSB-MG), um dos autores do requerimento de criação da CPI mista para investigar as relações entre Executivo, Legislativo e empreiteiras, sobre a articulação governistas para retirada de assinaturas do pedido.
Contraponto
Popularidade zero
Neto de Mário Covas, o hoje deputado estadual Bruno
Covas foi vice de Raul Cristiano na chapa tucana que disputou as eleições de Santos em 2004. No primeiro ato de
campanha, a dupla foi à feira para testar sua popularidade. Minutos se passaram até que um feirante os abordou.
-Quanto tempo!-, disse o homem a Cristiano.
-Ufa-, comemorou baixinho o neto de Covas.
O feirante se aproximou dos dois e brincou:
-Mas precisa aparecer mais fora da época de eleição,
não é mesmo, senhor Jama?
Constrangido, Cristiano teve de desafazer o engano: ele
não era o vereador do PDT a quem o homem se referia.
Próximo Texto: Vavá usou nome de Lula para obter dinheiro, diz PF Índice
|