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Serra acerta aliança com DEM na Bahia
Tucanos firmaram apoio à candidatura de Paulo Souto (DEM); partidos não formalizam coligação no Estado desde 1998
"É uma sinalização de que estamos juntos no país", diz o democrata Rodrigo Maia;
presidente do PSDB no Estado vai anunciar acerto
DA REPORTAGEM LOCAL
Dedicado à montagem de palanques sólidos no Nordeste, o
governador de São Paulo, José
Serra (PSDB), patrocinou ontem a reedição da aliança entre
DEM e PSDB na Bahia. Rivais
no Estado, tucanos e democratas não formalizam uma coligação desde 1998.
Pelo acordo -sacramentado
na tarde de ontem, no gabinete
de Serra-, o ex-governador
Paulo Souto (DEM) será o candidato da aliança no Estado.
"Souto é o nosso candidato",
disse o presidente nacional do
PSDB, senador Sérgio Guerra
(PE), avalista do acordo.
Segundo o presidente nacional do DEM, Rodrigo Maia
(RJ), Serra afirmou que "Souto
será o condutor do processo
eleitoral no Estado".
A aliança será formalmente
anunciada na segunda-feira
que vem em Salvador. No ato,
Souto representará o DEM ao
lado do presidente do PSDB,
Antônio Imbassahy.
O evento será ainda a comprovação de que, pela manutenção da aliança, os tucanos
desistiram da ideia de levar
Souto para o partido.
Ao dar uma demonstração de
que trabalha pela candidatura,
Serra tenta aplacar a ansiedade
dos democratas para que antecipe a campanha eleitoral.
Além disso, deixa claro o esforço para consolidação de palanques confortáveis na região
em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva exibe fôlego.
"É uma sinalização para o
resto do país, de que estamos
trabalhando juntos", afirmou o
democrata Rodrigo Maia.
A pedido de Serra, Guerra
trabalhará para desatar outros
nós, como o do Estado de Sergipe. Lá, o PSDB flerta com o PT.
Serra -que deverá viajar na
sexta-feira para Pernambuco-
preferiu, no entanto, faltar ao
seminário organizado pelo
DEM para discussão da crise
mundial sob o argumento de
que a agenda estava lotada.
No evento, foi representado
pelo vice Alberto Goldman. Antes do seminário, democratas
manifestavam inquietação
quanto à indefinição do PSDB.
Num pequeno grupo repleto
de simpatizantes da candidatura do governador de Minas Gerais, Aécio Neves, a avaliação
era a de que, ao postergar a
campanha, Serra torna inevitável uma disputa no PSDB.
Além de democratas, o presidente nacional do PPS, Roberto
Freire (PE), manifestou sua
preocupação diretamente a
Serra. "Ele me disse que está no
tempo certo", contou Freire.
O ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso disse ontem
que "não é o momento de ficar
aflito por causa da campanha".
Segundo ele, não se pode cobrar que governadores tucanos
entrem em campanha.
"É uma situação difícil", reconheceu FHC. "Não se pode
pedir a um governador que não
trabalhe pelo seu povo para fazer campanha."
Segundo tucanos, Serra repete que não pretende confrontar
Aécio neste momento.
(CATIA SEABRA)
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