São Paulo, terça, 9 de junho de 1998

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SUCESSÃO
Esquema da campanha petista para o programa de TV no horário eleitoral deverá ser definido hoje
Requião acerta adesão à candidatura Lula

CARLOS EDUARDO ALVES
da Reportagem Local

O senador Roberto Requião (PMDB-PR) vai até a sede do PT amanhã para oficializar seu apoio à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva.
Em troca, Requião vai ganhar a presença do PT do Paraná em sua campanha para o governo daquele Estado. Requião, cujo apoio vinha sendo disputado por Lula havia meses, será o primeiro peemedebista de expressão a embarcar na candidatura petista.
A adesão de Requião é mais um passo na tentativa de Lula para dar ao seu palanque o perfil de centro-esquerda que diferenciaria das anteriores sua terceira tentativa de chegar à Presidência.
O senador parananese será a atração da convenção que o PT fará amanhã para oficializar perante a Justiça Eleitoral a chapa presidencial com Lula e Leonel Brizola (PDT), candidato a vice.
O ex-presidente Itamar Franco é o peemedebista mais esperado por Lula. Mas Itamar, que quer concorrer ao governo mineiro, é uma adesão considerada difícil, embora o PT se disponha até a cacifá-lo na corrida estadual, se, é claro, o ex-presidente reforçar a campanha de Lula.
Mais factível, o apoio do senador Ronaldo Cunha Lima (PMDB-PB) também é disputado por Lula. Lima enfrenta a concorrência do atual governador da Paraíba, José Maranhão (PMDB), para tentar voltar ao governo estadual.
Lula e a coordenação de sua campanha passaram a tarde de ontem analisando tecnicamente, com especialistas da área, os resultados das últimas pesquisas eleitorais, que apontam seu crescimento e uma queda do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Uma das conclusões do encontro é que a subida de Lula não está consolidada, ou seja, a situação atual não permite uma aposta cega sobre a inevitabilidade de um segundo turno, embora existam motivos para embasar otimismo.

TV
A direção do PT espera definir hoje o esquema para o programa de TV de Lula no horário eleitoral gratuito.
Duas agências de publicidade, a Toni Cotrim (São Paulo) e a PG (Campinas), devem formar um "pool" para a TV de Lula.
Cotrim já trabalhou na campanha de José Dirceu para o governo paulista em 94 e prestou serviços a entidades sindicais.
Para fechar a equipe, Cotrim quer trazer o publicitário baiano Geraldo Sarno para a direção de criação, além do jornalista Emiliano José.
A PG já tem experiência em campanhas petistas: participou do horário gratuito de Edmilson Rodrigues, eleito prefeito de Belém (PA) em 96, e de Zeca do PT, que foi derrotado na eleição para a Prefeitura de Campo Grande (MS) no mesmo ano.
Segundo Eduardo de Godoy Pereira, diretor da PG Comunicação, a estratégia da campanha será mostrar "um Lula light" para os eleitores.
A maior dúvida no espaço de Lula na mídia eletrônica é sobre a presença da produtora Casa de Cinema de Porto Alegre.
O grupo gaúcho está fazendo o programa em rede nacional que o PT levará ao ar dia 18. Inicialmente o partido queria que os cineastas, que não fazem marketing político, participassem diretamente da elaboração do programa.
O fato de já estarem comprometidos com a campanha de Olívio Dutra ao governo do Rio Grande do Sul e o temor de enfrentarem condições precárias de trabalho, até pelo número reduzido de profissionais para duas campanhas, fizeram com que os gaúchos propusessem uma participação limitada às inserções comerciais de até 1min permitidas pela Lei Eleitoral.
Lula e sua coordenação, no entanto, querem a Casa de Cinema integrada diretamente ao programa de TV. A avaliação é que a qualidade técnica dos cineastas é indispensável para equiparar o espaço petista ao do PSDB.


Colaborou a Folha Campinas


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