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MILITARES
Dinheiro irá inicialmente para compra de novos tanques
Exército vai gastar R$ 340 mi
em reaparelhamento até 2000
RENATA GIRALDI
da Sucursal de Brasília
O Exército vai gastar R$ 340 milhões para reaparelhar a Força nos
próximos três anos. O valor e o
prazo do gasto foram confirmados
ontem pelo próprio ministro do
Exército, Zenildo de Lucena.
"Parece muito, mas é apenas o
necessário para manter o Exército
atuando em nível operacional",
disse o ministro. O valor equivale a
mais de 26 mil carros populares.
Até o final deste ano, o Exército
deve gastar cerca de R$ 100 milhões e a expectativa é fechar a
compra de mais 40 tanques de fabricação alemã Leopard -87 desses aparelhos foram comprados
em 97 por R$ 15 milhões.
Os editais de licitação para as
compras deste ano devem ser divulgados ainda este mês. Segundo
o ministro, a quantidade de tanques e outros equipamentos depende dos valores apresentados
pelas empresas que farão as ofertas de venda.
Os R$ 340 milhões para gastar
até o ano 2000 fazem parte de uma
autorização aprovada pelo Congresso, em novembro do ano passado, no valor total de R$ 613 milhões.
O Banco do Brasil é o agente
bancário encarregado de contratar
os financiamentos no exterior e
todo o dinheiro deve ser gasto, em
uma década, no programa de reaparelhamento do Exército.
'"Esse programa tem três vertentes: reaparelhar, organizar e
preparar a Força. Todos os investimentos são para manter o Exército com o mínimo de atualização e
os financiamentos só poderão ser
contratados na medida em que haja disponibilidade orçamentária",
afirmou o Ccomsex (Centro de
Comunicação Social do Exército).
O novo lote de tanques Leopard
será usado para treinamento nos
quartéis do Sul e Sudeste. São tanques de segunda mão, com entre
10 e 20 anos de uso.
O lote do ano passado era de origem belga e fazia parte do estoque
de armas da Otan (Organização do
Tratado do Atlântico Norte, a
aliança militar ocidental).
É provável que o Exército volte a
comprar na Bélgica. "Pretendemos comprá-los ainda este ano",
disse o ministro Zenildo.
A compra dos tanques faz parte
de um programa de substituição
dos velhos M-41, de fabricação
norte-americana e usados na
guerra da Coréia (50-53).
Além de tanques, o Exército
quer comprar 300 canhões de vários calibres, uma dúzia de baterias antiaéreas Astros, uma bateria
de lançadores de mísseis, helicópteros, simuladores de treinamento, equipamentos de combate a incêndios e estações de comunicação via satélite.
Além dos tradicionais fornecedores europeus, como Reino Unido e França, e dos norte-americanos e russos que disputam as
maiores fatias do mercado de material bélico, países como Espanha, África do Sul e Israel são cada
vez mais ativos nos contatos com
as Forças Armadas brasileiras para
a oferta de produtos.
Esse vendedores estarão presentes na próxima Latin America Defencetech, prevista para o Rio, em
abril do ano que vem.
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